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​Curling. Guia para entender a estranha modalidade que abriu os Jogos de Inverno

09 fev, 2018 - 16:54

O desporto centenário, que deu os primeiros passos na Escócia, não tem tradição em Portugal, mas há um luso-descendente que é considerado o "Mourinho do curling". Também há equipamentos extravagantes e até uma polémica por causa de um "choque tecnológico" nas vassouras utilizadas na modalidade.

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Os Jogos Olímpicos de Inverno, que decorrem em Pyeongchang, na Coreia do Sul, começaram com um jogo de curling. Mas, afinal, que modalidade é esta em que duas equipas, armadas com vassouras, deslizam atrás de uma pedra com forma de chaleira?

O início do jogo

As origens deste desporto remontam aos lagos gelados da Escócia do século XVI, muito muito antes do aparecimento do futebol moderno. O nome curling é uma referência ao movimento da pedra no gelo.

“Xadrez do gelo”

Este desporto envolve muita estratégia e há quem lhe chame “o xadrez do gelo”. Também tem parecenças com o bowling. O curling fez parte dos primeiros Jogos de Inverno de Chamonix, em 1924, mas só foi incluído no programa oficial em Nagano 1998.

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O curling não tem balizas

O objectivo é colocar mais pedras do que o adversário próximo do centro de um alvo com quatro anéis desenhado no gelo, também conhecido como “casa”. O sistema de pontuação explicaremos mais à frente.

Uma pista, duas equipas

O jogo é disputado numa pista de gelo com 42,5 metros de comprimento e cinco de largura, entre duas equipas de quatro elementos nas categorias masculina e feminina. Também há uma categoria mista, mas neste caso cada equipa só tem um homem e uma mulher.

O que mais é preciso para jogar

A pedra circular de granito polido, com uma pega no topo, pesa entre 17 e 20 quilos. Outro equipamento fundamental é a vassoura para limpar o gelo e fazer a pedra deslizar mais ou corrigir a trajetória e calçado apropriado.

O sistema de pontuação

Uma partida de curling está dividida em dez “ends”, onde cada um dos quatro jogadores pode lançar duas pedras e tenta somar o maior número de pontos possível. Em caso de empate pontual, as duas equipas fazem um “end” de mata-mata para determinar o vencedor.

Lançar, varrer e gritar

O lançamento e o varrimento, acompanhados por indicações sonoras, são os dois movimentos fundamentais deste desporto. Há três tipos de lançamentos: “draw”, “takeout” e “guard”. No primeiro, a equipa tenta colocar a pedra no centro do alvo. No “takeout”, o objectivo é tirar uma pedra adversária da “casa”. Por fim, no “guard” a pedra é lançada para proteger outra.

O curling em Portugal

A modalidade não tem qualquer tradição em Portugal, mas o país faz parte da Federação Internacional de Curling desde 2017. Portugal não tem um campeonato nacional nem leva equipa aos Jogos Olímpicos de Inverno, mas há um grupo de entusiastas que quer mudar isso e que vão publicando novidades na página do Facebook Curling em Portugal.

O “Mourinho do curling”

Daniel Rafael é luso-canadiano, tem 56 anos, e vai estar nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na qualidade de treinador da seleção russa feminina e de pares mistos. Tem uma carreira repleta de título. O “Mourinho do curling”, como é chamado, foi campeão mundial por duas vezes e conquistou uma medalha olímpica de bronze.

O escândalo “vassouragate” que abalou a modalidade

O fair-play e a justiça são dois valores que estão associados ao curling, mas a modalidade foi abalada por um escândalo em 2015. Tudo por causa da utilização de uma vassoura de nova geração, conhecida por “icePad”, que permitia aos jogadores alterar a trajetória da pedra de uma maneira que desafiava “as leis da física”. O “vassouragate” obrigou à intervenção da federação internacional, que proibiu a utilização desta tecnologia.

Equipamentos berrantes

A seleção da Noruega tem dado que falar no panorama da modalidade pelos seus equipamentos vistosos e coloridos que se destacam na pista de gelo. As fotos que se seguem comprovam-nos. Há até uma página no Facebook só dedicada às calças da equipa nórdica.

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