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EUA. Presidente do banco central sai desiludida com Trump

04 fev, 2018 - 22:36

Janet Yellen apontava a um segundo mandato, mas já tem substituto.

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A ex-presidente da Reserva Federal (Banco Central) dos Estados Unidos, Janet Yellen, está desapontada por o Presidente Donald Trump lhe recusar um segundo mandato mas apoia o seu sucessor, Jerome Powell, que assume na segunda-feira.

Jerome Powell, um membro do Conselho da Reserva Federal (FED na sigla original) desde 2012, é "ponderado, equilibrado, dedicado ao serviço público. Vejo-o como um formulador de políticas ponderado", disse Yellen numa entrevista à cadeia de televisão CBS.

A responsável salientou que o mercado de ações (o índice Dow Jones industrial fechou nos 25.530 na sexta-feira após uma queda de 665 pontos) foi "alto" e que o sistema financeiro estava forte, mais forte do que na crise financeira de 2008. E citou mudanças levadas a cabo desde então para acrescentar que o Presidente Donald Trump tem criticado esse esforço.

"O sistema financeiro está muito melhor capitalizado. O sistema bancário é mais resiliente", disse Yellen, acrescentando que a ideia comum é a de que se houvesse um declínio nas avaliações de ativos não seria tão prejudicial para o sistema financeiro.

Yellen, nomeada pelo ex-Presidente Barack Obama, foi a primeira mulher a liderar a FED. O mandato de quatro anos terminou na sexta-feira.

Na entrevista notou que tem sido comum que os dirigentes do FED tenham um segundo mandato, mesmo quando foram primeiramente nomeados por um Presidente de outro partido.

"Deixei claro que estava disposta a servir outro mandato e sim, sinto-me desapontada", afirmou.

Donald Trump foi muito crítico de Yellen durante a campanha de 2016 mas chegou a elogia-la depois de ser eleito Presidente, embora não lhe renovasse o mandato.

Antes de se tornar presidente da FED, em 2014, Yellen foi vice-presidente do banco central e foi presidente da FED regional de S. Francisco.

Numa outra entrevista na sexta-feira a responsável afirmou-se satisfeita por deixar a economia dos Estados Unidos de boa saúde. "Sinto-me muito bem em relação à economia, creio que as coisas têm uma perspetiva forte", disse.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos era no fim de janeiro de 4,1%, em níveis de 2000, e a inflação aproxima-se do objetivo anual de 2%.

Sobre o futuro da política monetária disse que a FED está a praticar um aumento das taxas de juro e que se as condições se mantiveram como até agora esse continuará a ser o caminho.

O Banco Central norte-americano aumentou o preço do dinheiro em três ocasiões no ano passado e esperam-se três novas subidas da taxa de juros este ano. Powell já disse que tinha essa intenção.

Yellen, de 71 anos, vai continuar em Washington a trabalhar no centro de estudos Brookings Institution, um dos mais prestigiados da capital norte-americana.

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