03 fev, 2018 - 12:52
Se não aceitar mudar a legislação do trabalho aprovada no tempo da "troika", António Costa pode pôr em causa a coligação que sustenta o Governo. A ideia foi defendida pelo deputado José Soeiro, em declarações ao programa da Renascença, Em Nome da Lei.
"Se não mudarmos a legislação do trabalho, não estamos a completar a recuperação de rendimentos, nomeadamente para os trabalhadores do privado", considera o bloquista. "E a recuperação de rendimentos é o cimento da atual aliança política. A maioria que existe no parlamento foi uma maioria que se constituiu para devolver redimentos", reforça o deputado.
Para o Bloco a devolução de rendimentos aos portugueses "passa também pelos rendimentos que foram retirados aos trabalhadores por via da legislação laboral", que em 2012, "significou uma transferência de riqueza de 2,3 mil milhões dos trabalhadores para as entidades empregadoras", afirma José Soeiro.
Uma ideia também sublinhada pelo PCP. A deputada comunista Rita Rato considera necessário reverter a legislação laboral. E acusa o Governo e o PS de preferir as alianças do Executivo com as empresas.
"É muito evidente que o PS continua muito amarrado aos compromissos com os grupos económicos e com o patronato", afirma a deputada que não concorda com a opção de discutir a legislação laboral em sede de concertação social. "Porque o Governo sabe que a confederações patronais estão em maioria" em relação às associações sindicais.