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PJ detém 17 por falsificarem cheques da Segurança Social

30 jan, 2018 - 14:53

Em causa está uma empresa contratada pela Segurança Social para emitir os cheques. Alguns dos funcionários estão a ser investigados pelo desvio desses instrumentos de pagamento.

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Onze homens e seis mulheres foram detidos esta terça-feira na sequência de uma investigação da Polícia Judiciária relacionada com furtos de cheques dirigidos a beneficiários da Segurança Social, anunciou a PJ.

Os 17 detidos são suspeitos da “prática continuada de crimes de furto, violação de correspondência, falsificação de documentos, burla qualificada e branqueamento de capitais”, adianta a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.

Começavam com o furto dos cheques das instalações de uma empresa multinacional, onde eram impressos e envelopados. Depois com o recurso a um intermediário que os entregava aos falsificadores, mudavam os elementos dos documentos, de modo a alterar o nome do verdadeiro beneficiário para os de titulares de contas de outros membros da organização.

O alegado esquema criminoso previa que, de seguida, os cheques fossem depositados nessas contas e, através de levantamentos em caixas multibanco ou da compra de moeda estrangeira e posterior venda da mesma e compra de euros, os elementos da organização criminosa apropriavam-se dos valores inscritos naqueles títulos de pagamento. Os autores conseguiram recolher e distribuir entre si montantes que ascendem a várias centenas de milhares de euros.

“Com esta actuação criminosa os suspeitos apoderaram-se ilicitamente de elevadas quantias monetárias em valor ainda não apurado mas que se estima superior a 200 mil euros, em seu benefício e em prejuízo de terceiros”, informa a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) no seu site.

Depois de um ano de investigação, esta terça-feira, dezenas de inspectores da Polícia Judiciária (PJ) realizaram, desde o início da manhã, buscas na zona da Grande Lisboa no âmbito de uma operação que investiga a alegada apropriação de cheques para pagamento de prestações devidas pela Segurança Social. Alguns dos funcionários estão a ser investigados pelo desvio desses instrumentos de pagamento, apropriando-se mais tarde dos respectivos valores.

Foram ainda apreendidos computadores, telemóveis e material utilizado nas falsificações, bem como documentação relacionada com a actividade criminosa. Durante a operação, a PJ ainda apreendeu uma pequena quantidade de cocaína, uma balança de precisão e produto de adulteração de estupefacientes.

“Na operação foram cumpridos 21 mandados de busca domiciliária, cinco mandados de busca não domiciliária e 17 mandados de detenção fora de flagrante delito. Foram também apreendidos computadores, uma máquina de escrever, quantias monetárias e diversos documentos", indica a PGDL.

Os detidos serão sujeitos a primeiro interrogatório judicial, na quarta-feira, para aplicação de medidas de coacção.

Denúncia anónima

“As diligências hoje efectuadas pelas entidades competentes, no âmbito de um processo que envolve tiveram origem em denúncia oportunamente apresentada por este instituto”, afirma o Instituto da Segurança Social (ISS) em comunicado.

O ISS sublinha ainda que “continuará empenhado no combate a todos os tipos de práticas que não estejam alinhadas com o seu Código de Ética ou que violem as normas que enquadram a actuação da Administração Pública, continuando a trabalhar em articulação com as entidades competentes”.

Segundo fonte da PJ, a operação, da responsabilidade da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo, envolve crimes de furto, falsificação de documentos (cheques da Segurança Social), burla, branqueamento e violação de correspondência.

Nesta operação, realizada na área metropolitana de Lisboa, estiveram envolvidos cerca de 120 operacionais desta Policia, tendo sido dado cumprimento a 27 mandados de busca, sendo 22 domiciliárias e cinco não domiciliárias.

[Notícia actualizada às 18h50 com esclarecimentos da PGDL]

Comentários
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  • antirouge
    31 jan, 2018 Setúbal 22:00
    Eles comem tudo e não deixam nada!
  • margarida freire
    31 jan, 2018 moita (Setúbal) 01:41
    Porque será que 'isto' me cheira a esturro? Investiguem TUDO. De caminho, não esqueçam os submarinos, a Tecnoforma, os incendiários, etc, etc.
  • 30 jan, 2018 aldeia 19:54
    É preciso construir mais cadeias......
  • ó maria
    30 jan, 2018 lx 18:40
    não leste a noticia?...Não leste que foi o próprio Instituto da Segurança Social que pediu esta investigação? Larga a má fé que é muito feio a sua utilização e começa a ler melhor!
  • Emílio
    30 jan, 2018 Lisboa 18:20
    Eu li bem e concluo que as pessoas andaram anos sem receber os cheques da segurança social porque foram parar a conta de outras pessoas no meio disto quem são essas pessoas que não receberam os cheques será que reclamaram logo à partida é um crime de prática continuada o mesmo condenado ao princípio por dar demasiado nas vistas pela sua continuidade.
  • Mário Neves
    30 jan, 2018 Alverca 15:38
    Todos para a cadeia!!! Os recursos do Estado, pagos por todos nós não são ilimitados e apenas os que realmente tem necessidades é que devem usufruir deste recurso, imprescindível a uma solidariedade justa.
  • maria
    30 jan, 2018 14:31
    Vamos aguardar "serenamente" e vamos ver como nos vai esclarecer, desta vez, o sr. ministro vieira da silva; o sr. primeiro ministro e qual a intervenção do sr. presidente marcelo rebelo de sousa. Depois do espetáculo das armas e todos os outros a que temos vindo a assistir é caso para dizer "Portugal está na Moda" e o sr. presidente da camara fernando medina já contratou um fotógrafo de elite.
  • Eborense
    30 jan, 2018 Évora 13:55
    Volta Salazar. Por favor, volta!
  • conclusão
    30 jan, 2018 lx 12:38
    Muitos dos que comentam aqui nem ler sabem!...treinadores de bancada!
  • José Pereira
    30 jan, 2018 Costa de Caparica 11:40
    Face ao que se vê - em cada tropeção numa pedra, salta uma matilha de corruptos - as fronteiras devem ser fechadas, armadilhadas e contratarem guardas armados ao estrangeiro, para as vigiarem. Só seriam autorizados a sair aqueles que depois de provarem ser honestos tivessem para tal a aprovação do tribunal, após investigação policial. Assim, juntar-se-ia o "útil ao agradável". Ou seja até se conseguia libertar os tribunais dos casos de corrupção que os entopem pois passariam a julgar os honestos, e a prisão estava feita. Era em Corruptugal.

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