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Exército português vai adaptar missões e pisca o olho ao sistema norte-americano

25 jan, 2018 - 20:11 • Ana Rodrigues

Portugal terá de estar preparado, não só para operações de paz, mas também para missões com intervenção militar efectiva.

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Os militares portugueses vão passar a ter um treino adaptado às novas exigências da NATO.

Segundo o coordenador da equipa de trabalho criada pelo Exército para reformular o treino operacional, é preciso garantir uma melhor adaptação a qualquer cenário de guerra, seja de manutenção de paz ou de intervenção de combate em locais como Afeganistão, Iraque, República Centro Africana ou qualquer outra parte do mundo.

Se Portugal quer manter a participação em missões da Aliança Atlântica vai ter de fazer adaptações, confirma à Renascença o general Raul Cunha, antigo comando e ex-juiz militar escolhido para chefiar este grupo.

“Há uma evolução para também ter níveis de avaliação bem estruturados e bem especificados em termos de todo o espectro de operações militares. E provavelmente vamos ter que melhorar esse aspecto porque nós estávamos muito virados para as operações de paz e para as operações em ambiente restrito, não artigo quinto, portanto não muito referidas às acções convencionais habituais”, disse.

Menos operações de paz e mais de intervenção militar? “Eu penso que é essa a grande evolução nos conceitos que a nato tem estado a alterar”, responde.

O Exército vai ter de se adaptar aos recentes conceitos operacionais implementados pela NATO, mas o treino português quer ir mais longe, olhando para o que fazem os Estados Unidos.

“Nós vamos pura e simplesmente adaptar aquilo que já temos, que é bastante bom, a esses novos padrões que forem definidos pela NATO. Entretanto, no Exército dos Estados Unidos, por exemplo, também houve uma evolução nesse sentido e como é obvio vamos também olhar para aquilo que poderá ser feito na potência de referência porque para nós também tem sido sempre referência em termos de doutrina, e vamos adaptar os nossos conceitos e os nossos padrões a esses”, acrescenta.

O general Raul Cunha refere que o desempenho dos militares portugueses tem sido sempre elogiado pelas potências estrangeiras mas é preciso treinar a força como um conjunto.

“Temos que treinar toda a força destacada como um conjunto. Esse treino operacional e essas verificações são feitas precisamente para ver se para alem desses níveis técnicos que eles têm para actuar em combate, têm também os níveis técnicos exigidos para saber comunicar bem uns com os outros, para poder reabastecer, caso necessário, para poderem utilizar os meios aéreos de apoio, caso necessário, como deve ser. Portanto é isso que vamos fazer. Vamos melhorar os níveis de avaliação”, refere.

O general Raul Cunha, que chefia este grupo de trabalho vai apresentar os primeiros resultados já em Fevereiro e depois a conclusão em Abril, precisamente o mês em que chegam ao Afeganistão os 160 militares portugueses que vão garantir a segurança do aeroporto de Cabul, englobados numa missão da NATO.

Comentários
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  • indignado
    26 jan, 2018 Santarém 10:44
    Penso que nesta altura não temos além fronteiras nada a defender que seja nosso neste momento, no Afeganistão já os russos foram derrotados agora os americanos teimam na mesma e também não estão a levar a melhor e o que é que nós temos lá a defender? Se o problema é a defesa da Europa nesse caso fechem-se fronteiras com esses países deixá-los guerrear entre eles e limitar as nossas acções apenas à defesa das fronteiras europeias, o problema é que a Europa serve de asilo a toda a escumalha que para cá queira vir!.

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