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Padres do Sul debatem os “desafios de uma Igreja renovada”

23 jan, 2018 - 15:47 • Rosário Silva

O responsável pela área da Cultura do Vaticano, cardeal Gianfranco Ravasi, é um dos oradores da jornada de actualização do clero das dioceses de Évora, Beja, Algarve e Setúbal.

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O Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE) volta a promover, as jornadas de actualização do clero das dioceses do Sul, entre 29 de Janeiro e 1 de Fevereiro, em Albufeira, este ano com a presença do presidente do Conselho Pontifício para a Cultura do Vaticano, D. Gianfranco Ravasi.

“É uma das pessoas mais cultas da Igreja”, diz à Renascença o cónego José Morais Palos, responsável pela organização das jornadas. "Vem-nos falar como a igreja se pode caracterizar e como esta evangelização da cultura é sempre um desafio”, explica.

O cardeal italiano vai proferir duas comunicações que incidem sobre a importância do “diálogo” enquanto “postura de uma Igreja” e os desafios “ingentes” da “evangelização da cultura”.

O encontro de actualização do clero do Sul do país, que tem como tema “Desafios para uma Igreja «Semper Renovanda» – Secularização, Diálogo, Discernimento”, volta a reunir bispos, padres e diáconos das dioceses de Évora, Beja, Algarve e Setúbal.

“Desde 2008 que, nestes moldes, procuramos promover o estudo, a reflexão, a celebração e o convívio entre os participantes”, diz o presidente do ISTE, José Morais Palos, acentuando a importância dos temas e a necessidade de “corresponderem, quer do ponto de vista teológico, quer do ponto de vista pastoral, a desafios que se colocam à Igreja” e que podem ser úteis à actividade pastoral numa sociedade secularizada.

“Ou nos situamos neste mundo secularizado e procuramos dialogar com ele nas suas diferentes manifestações ou, então, fechamo-nos no nosso castelo”, alerta, questionando: "Mas, depois, onde está o desenvolvimento da pastoral e a evangelização?”

José Morais Palos realça a importância de se reflectir sobre um tema desafiante que carece de “avaliação e muito diálogo”.

O responsável pela organização das jornadas acredita que “há muitas pontes” e que é possível a Igreja posicionar-se “sem abdicar da nossa matriz como pessoas de fé e que procuram levar Cristo a todos os ambientes.”

Da história à política, da situação de Portugal na Europa à edução, passando pelo diálogo inter-religioso, os temas são variados e reúnem especialistas diversos que se debruçam sobre “temas que se colocam de forma diferente e com os quais a Igreja tem de estabelecer o diálogo”, sublinha.

“Desafios para uma Igreja «Semper Renovanda»

As jornadas abrem ao inicio da tarde do próximo dia 29, com destaque para a conferência “Vaticano II, sinal de uma Igreja aggiornata, num Mundo em mutação”, por Juan Pablo Garcia, professor da Universidade Pontifícia de Salamanca.

Na manhã do dia 30, Sérgio Pinto, investigador do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, vai falar sobre “As múltiplas raízes da Secularização nos países de tradição religiosa cristã”, seguindo-se a conferência “Os desafios que a Europa e o projecto europeu nos colocam”, pelo antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e ex- comissário europeu, João de Deus Pinheiro.

À tarde, é esperada com grande expectativa a conferência do Cardeal Gianfranco Ravasi sobre “Diálogo: a nova postura de uma Igreja «em saída»”. O presidente do Conselho Pontifício para a Cultura do Vaticano volta a falar aos participantes no dia 31, pela manhã, sobre o tema “A evangelização da Cultura: desafio e tarefa ingente”.

Duas mesas redondas preenchem o resto do programa desse dia com o contributo dos especialistas Michel e Isabel Renaud, Susana Mateus, José Filipe Pinto e David Justino.

No dia 1 de Fevereiro, ultimo dia dos trabalhos, os representantes das dioceses juntam-se num painel sobre “Experiências positivas de diálogo e evangelização, numa sociedade multicultural, multirreligiosa e secularizada”.

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