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Puigdemont em Espanha? Nem escondido num porta-bagagens

23 jan, 2018 - 12:35

Espanha está em vigilância permanente para impedir o regresso de Puigdemont à Catalunha, mesmo que o líder catalão o faça "às escondidas".

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A Espanha montou um sistema de vigilância para assegurar a prisão do líder independentista Carles Puigdemont no caso de este tentar regressar à Catalunha, mesmo que tente voltar escondido num porta-bagagens.

O ministro da Administração Interna espanhol, Juan Ignacio Zoido, entrevistado esta terça-feira na rádio Antena 3, revelou que as forças de segurança estão a trabalhar de forma “muito intensa” para impedir que Puigdemont entre em Espanha e apareça no Parlamento catalão no dia da sua eventual investidura, a 31 de Janeiro.

“Estamos, sem dúvida, muito preocupados com essa conduta, porque não se sabe o que pode fazer e estamos a estudar todas as possibilidades que temos”, disse Zoido, acrescentando que as forças de segurança vão tentar que Puigdemont “não entre [na Catalunha], nem [que venha] no porta-bagagens de um carro”.

O responsável governamental explicou que a fronteira da Catalunha com a Europa é “muito extensa”, pois há muitos “caminhos rurais por onde pode entrar num helicóptero, num ultra-ligeiro ou por barco”, tendo indicado que está a ser desenhado um dispositivo para evitar que isso possa acontecer.

Juan Ignacio Zoido defendeu o respeito pela legalidade e garantiu que Puigdemont irá responder perante a justiça.

Puigdemont: investido à distância?

Entretanto, o ex-presidente do Governo regional retirou hoje o pedido para delegar o seu voto de deputado na sessão de investidura, o que leva muitos observadores a pensar que poderia estar a pensar regressar.

O novo presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, propôs na segunda-feira o nome do líder separatista para voltar a dirigir o Governo da Catalunha, apesar de todos os obstáculos jurídicos que isso implica.

Roger Torrent, um independentista empossado há duas semanas, quando prometeu privilegiar o “diálogo” entre as forças parlamentares, tomou esta decisão depois de se ter encontrado com todos os partidos com assento na assembleia regional.

Carles Puigdemont disse na segunda-feira num discurso na Universidade de Copenhaga que as forças independentistas irão “em breve” formar um novo Governo regional, apesar das “ameaças” de Madrid.

O líder separatista é procurado pela justiça espanhola, que o acusa de delitos de rebelião, sedição e peculato na sequência da tentativa de criar um estado independente.

O bloco de partidos independentistas tem a maioria dos assentos no parlamento da Catalunha e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, avisou na semana passada que Madrid irá manter a sua intervenção na Catalunha no caso de Carles Puigdemont tentar regressar ao poder na região.

Se o ex-presidente regional regressar a Espanha será imediatamente preso e no caso de continuar em Bruxelas terá de ser investido à distância, o que os serviços jurídicos do parlamento regional já consideraram ser contrário à Constituição.

As eleições catalãs de 21 de Dezembro foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol no final de Outubro, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont por ter dirigido o processo para declarar unilateralmente a independência da região.

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