21 jan, 2018 - 20:40
O México registou no ano passado 25.339 homicídios, numa vaga de violência ligada ao tráfico de droga, revelam números oficiais que fazem de 2017 o ano mais mortífero desde o início da contabilização, em 2007.
O secretariado para a Segurança, do Ministério do Interior do México, publicou no sábado as estatísticas de Dezembro, que elevaram a 2.219 o número de homicídios, perfazendo um total de 25.339 assassínios ao longo de 2017.
A violência ligada ao tráfico de droga fez mais de 200.000 mortos desde Dezembro de 2006, quando as autoridades federais mexicanas lançaram uma operação militar controversa contra o tráfico de droga e que, segundo os críticos, apenas contribuiu para aumentar os ataques e os homicídios.
As mortes ocorreram nos estados com presença de cartéis de droga, como o de Guerrero, no sul, ou o de Veracruz, no leste, dizem os especialistas.
Em 2017, os estados que até há pouco tempo tinham sido poupados à violência, como a Baixa Califórnia, Colima (nordeste) ou Guanajuato (centro), começaram a ser afectados por ataques criminosos, segundo as mesmas estatísticas oficiais.
O número de homicídios recuara para menos de 20.000 entre 2013 e 2015, mas voltou a subir para 20.545 em 2016.
Os especialistas atribuem este recrudescimento ao aparecimento de numerosas células criminais autónomas após a captura de responsáveis de cartéis de droga.
Os peritos referem também uma diversificação das actividades dos grupos criminosos, que traficam combustível roubado, extorquem comerciantes e entram mesmo no tráfico de seres humanos.
Neste contexto, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), no poder no México, fez aprovar no Congresso uma lei muito contestada sobre segurança.
Segundo a oposição, esta lei poderá contribuir para a militarização do país, apesar de a estratégia militar da luta contra a droga não ter alcançado os resultados esperados.
O Supremo Tribunal já recebeu uma queixa sobre a alegada inconstitucionalidade desta lei.