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Bloco critica Rio. "A voz da direita conservadora"

21 jan, 2018 - 19:20

Catarina Martins lamenta que o novo líder do PSD queira “voltar ao bloco central".

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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusa o presidente eleito do PSD, Rui Rio, de ser "a voz da direita conservadora" que "quer voltar ao bloco central" e ao" monopólio do negócio".

O recém-eleito líder do PSD "é, precisamente, a voz dessa direita conservadora, dessa direita dos negócios que quer voltar ao bloco central, ao monopólio do negócio, que faz com que o poder político se vergue sempre face ao poder económico", afirmou.

Discursando em Fafe num encontro em que foi discutida a política florestal, Catarina Martins defendeu que o Bloco tem construído "um caminho que é difícil" para "uma economia mais justa, que responda melhor pela vida das pessoas, que tenha um país menos desigual".

"E isso são escolhas económicas que afrontam sempre o poder económico: é assim na floresta, como é assim em tudo", destacou, acrescentando: "A direita está incomodada, porque sabe que, cada vez que nós conseguimos que as pessoas que aqui vivem, que aqui trabalham, vivam um bocadinho melhor, significa que temos a coragem de afrontar os grandes interesses económicos que têm mandado sempre no país".

Para a dirigente partidária, "não é por acaso que a direita tem um incómodo crescente com a existência de acordos que à esquerda também influenciam e determinam parte da acção do Governo".

Catarina Martins assinalou depois que "a floresta é um combate político dos mais duros que existem".

"Se durante tanto tempo se fez de conta que a floresta não tinha nada a ver com a política foi precisamente para esconder o que foi feito, para dar sempre mais poder aos mesmos", insistiu.

Recordou também que "a floresta é um espaço de riqueza económica que é disputado", observando que "a mistura de abandono do interior e de paternalismo serve para que os grandes interesses económicos ocupem todo o espaço".

"E são eles que o estão a ocupar quando a política falha", exclamou.

A coordenadora do BE considera, por outro lado, que as actuais entidades de gestão florestal "não têm nenhuma relação com o espaço concreto" e "são uma forma de os fundos financeiros comprarem território para o explorar de uma forma que não criam emprego e riqueza nos locais onde fica a floresta".

A proposta do BE, defendeu Catarina Martins, passa pela criação de unidades de gestão florestal e "pela intervenção pública, em que o Estado assume responsabilidades para com a propriedade da terra, quando ela está abandonada, porque tem de o fazer".

A dirigente defendeu, por isso, que o Estado deve assumir "a responsabilidade de juntar os proprietários locais e de, com eles, criar regras que protejam o território e que distribuam a riqueza que a floresta cria por essas populações".

Comentários
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  • José Gomes L
    22 jan, 2018 Lisboa 12:26
    Queria pedir à Renascença, que nos permitisse colocar "gostos" ou "não gosto" em cada comentário como acontece em outras publicações na net. Desde já o meu obrigado.
  • cAMINHANTE
    22 jan, 2018 LISBOA 11:06
    Direita e Esquerda fazem parte do sistema Democrático. Mas , tal como a Esquerda, a Direita tem várias vertentes. Enquadrável na Direita está a opção LIberal ( essencialmente Económico-financeira), existente sem vergonhas em muitos países. Em Portugal o PSD, que teve efectivamente um posicionamento social-democrata, principalmente nos seus primeiros tempos, desde Cavaco Silva que começou uma deriva para o que é próprio dum partido LIberal, acentuando esta opção politico-estratégica com Passos Coelho ( mas já bem defenida no pensamento de Durão Barroso). Ou seja, o PSD é apenas uma designação conveniente para aquisição de votos, num Partido que se transformou em Partido Liberal. Rui Rio segue exactamente o mesmo caminho. Desiludam-se os que julgam que há alguma mudança de fundo nas opções. Rui Rio não é propriamente um conservador, no clássico entendimento; é um Neo-Liberal, da escola Merkeliana.
  • Rui
    22 jan, 2018 Lisboa 11:04
    Lá estão os direitolas a colar a esquerda em Portugal aos regimes ditadores a ver se pega, sentem se oprimidos pela Catarina, tenham mas é juízo Rui Rio só é uma alternativa por via de novas soluções que possa ter para o país.
  • José
    22 jan, 2018 Oeiras 09:59
    Estás com medo catarina?????
  • joao123
    22 jan, 2018 lisboa 07:33
    Não se percebe este pânico...
  • zita
    22 jan, 2018 lisboa 07:29
    Isto é que é ter confiança nos seus camaradas de Partido. Afinal eles não confiam no PS, os portugueses e o país é só uma questão de esquerda e direita! Qual esquerda? A da China? da Venezuela? Coreia do Norte? a de Cuba? Em qual destas é que estes projetos de políticos gostariam de viver? Deviam ter era vergonha na cara. Tristes. O que vale é que a maioria dos portugueses não é ignorante, se não tínhamos aí mais uma Venezuela, onde o povo passa fome por causa de um ditador, um ignorante que chegou ao poder e só sair a de lá depois de derramar ainda muito mais sangue porque acha que o poder é hereditário. Gentinha estúpida!
  • Cipriano Borja
    22 jan, 2018 Toronto - Canada 00:06
    Grande Catarina!
  • TUGA
    21 jan, 2018 Algures 23:31
    Ninguém deve ter vergonha de dizer que é de direita, de assumir o seu viés político, se houvesse vergonha nisso, quem deveria ter vergonha seriam os de esquerda, cujas políticas tem matado milhares de pessoas nos países que a praticam, com aqueles que se opõe a elas. Não tenham vergonha de dizer que são de direita. Eu sou, e quem é que tem alguma coisa com isso ?
  • Tone
    21 jan, 2018 Porto 22:34
    Que seria destes actores se as pessoas soubessem que não há nenhuma guerra entre patrões e trabalhadores pois apenas há pessoas que cumprem regras e pessoas que não as cumprem, tanto trabalhadores como patrões. Quer seria destes actores se as pessoas soubessem que não existem tantas conspirações de interesses assim num país com tão pouca expressão monetária. Que raio de políticos que parecem a os padres da IURD a falar sempre com a mesma cassete e a prometer curas milagrosas apenas pelo culto dos seus discursos falsos e demagógicos. Gente que diz que a Europa nos quer mal, que nos quer ver miseráveis. Tantos discursos que se silenciaram desde que têm o poder. Ai gente, que bem estava este país sem estas pessoas!
  • José Gomes L
    21 jan, 2018 Lisboa 22:07
    Esta mulher fala como se fosse governante. Às vezes é, outras não. É conforme lhe convém. Só lembrar que o Rio substituiu o Fernando Gomes do ps, e foi ele que endireitou as finanças e transformou a cidade na referência que é hoje a nível europeu.

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