Tempo
|
A+ / A-

“Supernanny”. MP está a analisar todas as possibilidades de intervenção no caso

19 jan, 2018 - 11:18

Programa ficou envolto em polémica logo após a transmissão do primeiro episódio. Comissão de Protecção fala de "um elevado risco" de "violar os direitos das crianças".

A+ / A-

O Ministério Público está a acompanhar a situação e a analisar todas as possibilidades legais de intervenção no caso do programa da SIC “Supernanny”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), esclarece em comunicado enviado à Lusa, que "no que respeita ao programa já emitido, existindo um processo de promoção de proteção a favor da criança na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, o Ministério Público acompanha a atividade daquela comissão", nos termos da lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo.

Segundo noticiou o jornal “Expresso”, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Loures quer que a emissora retire do ar todas as imagens que expõem a criança retratada no primeiro programa e, em articulação com o Ministério Público, deu 48 horas às SIC para o fazer.

Caso contrário, escreve o semanário, a SIC "poderá ser acusada do crime de desobediência".

A SIC começou a emitir no domingo o programa “Supernanny”, em que uma psicóloga clínica se desloca a casa de uma família para ajudar os pais a controlar a rebeldia dos filhos.

E o interessa da criança?

O programa ficou envolto em polémica logo após a transmissão do primeiro episódio, com a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) a defender que existia "um elevado risco" de "violar os direitos das crianças", nomeadamente o direito à reserva da vida privada.

Num comunicado emitido na segunda-feira, a CNPDPCJ considerou ainda que o conteúdo do programa é "manifestamente contrário ao superior interesse da criança, podendo produzir efeitos nefastos na sua personalidade, imediatos e a prazo".

Remeteu igualmente para a Entidade Reguladora da Comunicação Social o pedido de análise do conteúdo do programa, além de ter encaminhado para a CPCJ com competência territorial a situação concreta transmitida no domingo pela SIC para "avaliação e acompanhamento do caso".

Foi no âmbito deste processo que surgiu a decisão de dar 48 à SIC para retirar do ar todas as imagens que expõem a criança retratada no primeiro programa.

Entretanto, segundo a edição de hoje do “Jornal de Notícias”, a família duas crianças que a Sic anunciou como protagonistas do segundo programa contactou a CNPDPCJ para pedir ajuda sobre como evitar a transmissão do episódio.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • F
    19 jan, 2018 Lisboa 15:31
    Compreendo o comentário de Pedro Silva. Mas, basta não sintonizar o tal canal ... :-). Eu sempre o fiz! É canal que não vejo, não ouço, e a respeito do qual nada quero saber ...
  • Filipe
    19 jan, 2018 évora 13:34
    É mais degradante ver crianças de meses ou dias ou adolescentes , participarem em filmes , novelas e anúncios propícios e onde se misturam com práticas adultas de sexo , droga e outros crimes organizados . Aí ninguém diz nada !
  • Pedro Silva
    19 jan, 2018 Lisboa 13:11
    Mais uma tentativa da SIC de se promover e ganhar audiências. Desta vez, copiando o programa britânico que terá o mesmo título, mas com uma «ama» toda em plástico e sem jeito para o caso. O programa pode ter sucesso em Inglaterra, onde o nível da audiência televisiva desceu vertiginosamente, mas em Portugal alguns expectadores acham tudo isto estranho e grotesco. Não admira que critiquem e censurem o programa por nada ter de português e de real. É tudo postiço, imbecil, e a fazer lembrar essas cópias piratas de edições estrangeiras compradas em feiras de sucateiros, mas com a marca «SIC». Alguém já pensou em fazer uma auditoria à «SIC» ou uma petição para nos vermos livres - para sempre - deste canal televisivo? É apenas uma ideia. Se a «SIC» acabasse, ajudaria a sociedade a ficar um pouco melhor.

Destaques V+