18 jan, 2018 - 16:29 • Rosário Silva
Há sopa, baguetes de atum e fruta – o almoço possível. É o primeiro dia depois do protesto de quarta-feira, quando a Escola Secundária André de Gouveia, em Évora, por vontade de pais, professores, alunos e pessoal não docente, suspendeu as actividades lectivas para reivindicar condições mínimas para funcionar.
“Dentro do possível, hoje já estamos a funcionar normalmente”, conta à Renascença a directora da escola, Lurdes Brito. A cozinha ainda não funciona, mas já tem obras em curso, depois de ter sido desbloqueada pela Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.
“A obra já está a decorrer na cozinha – espero que por poucos dias, pois o empreiteiro vai trabalhar no fim-de-semana, pelo que me disseram”, adianta Lurdes Brito.
Também a falta de tarefeiros será resolvida com a abertura de um concurso para a entrada de dois novos funcionários. Há também quatro que foram recrutados ainda na quarta-feira, “da bolsa de contratualização”.
À Renascença, Lurdes Brito confessa estar “feliz” com as garantias de que o Ministério da Educação vai dar prioridade à requalificação desta escola.
Sobre os 70 mil euros para “resolver os problemas da escola” que o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou no Parlamento, a directora diz nada saber: “Ouvi, mas não sei nada sobre isso, não sei se uma parte é já para a cozinha, não faço ideia. Vou esperar ser contactada.”
Apesar de desbloqueada a situação, a responsável pelo estabelecimento de ensino considera que é preciso ir mais além, passando pela efectiva requalificação da escola.
“Não queremos deitar a escola abaixo e fazer de novo, mas queremos climatizar, substituir a caixilharia, a parte eléctrica, o chão, o pavilhão gimnodesportivo”, diz. “Tornar uma escola apelativa e adequada ao século XXI”, resume.
Com cerca de 600 alunos, do 7.º ao 12.º ano, a Escola Secundária André de Gouveia é a única das três secundárias de Évora que não foi requalificada, apesar de constar no programa de financiamento europeu “Portugal 2020”.