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Governo aposta em "cabras sapadoras" para evitar incêndios

17 jan, 2018 - 17:32

Secretário de Estado anuncia rebanhos dedicados à gestão do combustível florestal.

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O Governo vai avançar este ano com projectos-piloto de "cabras sapadoras" com rebanhos dedicados à gestão de combustível florestal na rede primária, anunciou esta quarta-feira o secretário de Estado das Florestas, destacando o reforço na prevenção de incêndios.

"A questão silvo-pastoril é essencial, por isso vamos fazer projectos-piloto este ano de chamadas 'cabras sapadoras'", declarou Miguel Freitas, explicando que o Governo vai intervir na rede primária através da componente mecânica com o fogo controlado e através da componente biológica com silvo-pastorícia.

Segundo o governante, as organizações de produtores florestais são "os parceiros privilegiados" para a defesa da floresta contra incêndios.

No âmbito de uma audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar, requerida pelo BE, o secretário de Estado das Florestas lembrou que já foram disponibilizados 17 milhões de euros para executar ações de defesa da floresta contra incêndios, destinados essencialmente à rede primária.

"Temos 130 mil hectares para executar", referiu o governante, acrescentando que "estão feitos apenas 40 mil hectares" e a expectativa é "nos próximos três anos poder executar a totalidade da rede primária da defesa da floresta contra incêndios".

Aos 17 milhões disponíveis neste âmbito "serão somados 15 milhões para executar este ano cerca de mil quilómetros de rede primária de defesa da floresta contra incêndios e manter 20 mil hectares da rede primária que está executada", indicou Miguel Freitas.

De acordo com o titular da pasta das Florestas, o país vai ter, "pela primeira", um equilíbrio orçamental entre a prevenção e o combate aos incêndios florestais.

O governante referiu ainda que o país vai ter uma diretiva única de prevenção e combate aos fogos.

"Pela primeira vez em Portugal, vamos ter uma diretiva operacional que mostra bem aquilo que se vai fazer quer em combate quer em prevenção. Até agora, a diretiva operacional era apenas de combate", declarou o secretário de Estado das Florestas.

Questionado pelos deputados do PSD sobre como é que o Governo vai garantir que a Infraestruturas de Portugal cumpre a lei para a limpeza das faixas de gestão de combustível florestal, Miguel Freitas disse que a empresa pública já abriu um concurso, no valor de 18 milhões de euros, para fazer a limpeza da rede viária, considerando que "há uma grande determinação para avançar com a limpeza".

Comentários
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  • Cidadão
    25 jan, 2018 Planeta Terra 19:41
    Ah ah ah!!! Cabras Sapadoras!! Esta dever ter o contributo do Bloco de Esquerda. Agor a a sério, andam a reinar com isto.
  • Silva
    23 jan, 2018 Coimbra 19:41
    Se não fosse "projeto piloto" era boa ideia. As cabras sempre resolveram, dão leite e chanfana. Mas com é PP, enquanto houver dinheiro pastores não vão faltar, mesmo daqueles que acham que cabras e ovelhas são a mesma coisa. Depois? Ai que sorte os lobos vão ter.
  • DR XICO
    18 jan, 2018 LISBOA 14:31
    Mas que grande investimento em CABRAS sim senhor bem pensado, pelo que sei e li as bixas levam a coisa ao nível da relva. temos é de organizar brigadas de pastores para alinhar o gado não vão as marotas passar para o lado da assembleia da republica e comam aquela giesta toda.
  • Gabriel Santos
    18 jan, 2018 Lisboa 11:19
    Cada vez mais acredito que acabar com incêncios só depende de uma coisa "vontade politica", ser a Força Aérea a comandar o combate já é um passe gigante, não pode é a avioneta de Seia levantar voo depois de receber instruções de Lisboa e até as receber vai ardendo a floresta. Quando os meios operacionais no terreno poderem intervir sem esperar ordens de um engravatado a centenas de quilómetros, voltaremos a ter floresta para as gerações futuras.
  • Vasco
    17 jan, 2018 Viseu 22:42
    Até que enfim!!!
  • José Ramos
    17 jan, 2018 Lisboa 19:07
    Só agora, as cabras quase se pagam por si, há anos que se fala nos bichos sem qualquer iniciativa. Pagar uma quantia a um pastor percentagem no leite e na produção de cabritos é um beneficio incrível para a floresta. Porque não ou para quando mais centrais de biomassa pagando a matéria prima a ser depositada num parque junto à central a preço competitivo.
  • fanã
    17 jan, 2018 aveiro 18:34
    Mas.........quem vai cuidar dos rebanhos diariamente , neste interior desertificado , longe de qualquer necessidade que venha a surgir ???? . Só se , criarem postos de guardas Florestais permanentes !!!!
  • Joao Magalhaes
    17 jan, 2018 Lisboa 18:14
    Todos os anos a mesma coisa, milhões gastos no combate ao incêndios, mortes e bombeiro aflitos quando esses milhões gastos dava para contratar uns milhares de desempregados para vigiar as florestas, usando drones por exemplo e detectar incêndios e incendiários antes de o mal estar feito, mas não, eu entendo porquê, os amigos fartam-se de ganhar dinheiro com os incêndios inclusiva as grandes cadeias de supermercados, pois a caridade do povo português é mesmo só do povo, gostava de que Jerónimos Martins e companhia também contribuíssem abdicando de algum lucro baixando o preço de alguns produtos, mas não , por isso é que quando vou ao supermercado nos dias dos pedintes compro Zero, pois já chega de contribuir e ver os mais ricos a encherem-se à nossa custa.

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