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​Centeno diz aos alemães que Portugal é um "case study"

17 jan, 2018 - 16:18

De visita a Berlim, o ministro das Finanças lembrou que se conseguiu "tirar a zona euro da crise" graças à "forte redução de riscos" e apontou Portugal como "exemplo de sucesso".

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O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, apontou esta quarta-feira Portugal como "um case study", depois de um encontro em Berlim com o seu homólogo alemão, o qual insistiu que "a solidariedade e a estabilidade" devem estar "de mãos dadas" na zona euro.

O ministro português das Finanças lembrou que se conseguiu "tirar a zona euro da crise" graças à "forte redução de riscos" e apontou Portugal como "exemplo de sucesso".

"Temos muitos exemplos de sucesso. Portugal é um dos mais importantes 'case study' na Europa nestes dias", afirmou.

O ministro alemão das Finanças, Peter Altmaier, considerou que "antes sequer de se começar a falar sobre partilhar riscos", se deve "assegurar que os riscos são reduzidos" e indicou que "nunca foi operacional que o sistema europeu de seguro de depósitos estivesse pronto no meio deste ano" até porque, sublinhou, "antes é preciso um acordo sobre a redução do risco".

"A Alemanha quer uma zona euro estável numa União Europeia forte. Por isso, temos de nos agarrar aos nossos princípios que são a solidariedade e a estabilidade, que têm de estar de mãos dadas, a responsabilidade e o controlo têm de ser mantidas juntas. É por isso que temos de completar a União Bancária e também temos de falar sobre como reduzir riscos", afirmou o ministro alemão.

Mário Centeno disse que "é preciso fazer mais" e que "há pacotes em discussão na Comissão Europeia, no Conselho e no Eurogrupo para reforçar o nível de redução de risco nos países" do euro, mas sublinhou preferir a palavra "gestão".

"Pessoalmente, prefiro a palavra "gestão" de risco porque se baseia numa visão mais sistémica de todo este processo. Estamos numa união monetária, isto implica responsabilidades e também partilhar o nosso futuro comum e temos de ser muito ativos nisso. Por isso, precisamos de gerir ativamente os riscos que existem nas nossas economias e essa é a agenda para os próximos meses", continuou.

Esta tarde, Mário Centeno vai participar numa conferência com o homólogo alemão no ministério das Finanças, na qual devem falar sobre os desafios fiscais mais urgentes que enfrentam os europeus, sobre o papel de um eventual Fundo Monetário Europeu e um orçamento próprio para a zona euro e sobre a política fiscal europeia, de acordo com a página do ministério alemão das Finanças.

Peter Altmaier é o primeiro ministro das Finanças da zona euro que Centeno visita desde que entrou oficialmente em funções como presidente do Eurogrupo, a 13 de janeiro, mas no dia da "passagem de testemunho", a 12 de Janeiro, em Paris, encontrou-se com o homólogo francês, Bruno Le Maire.

Na véspera dessa "passagem de testemunho", Centeno tinha sido recebido pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, e depois deslocou-se ao palácio de Matignon para uma reunião com o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe.

No dia 22 de Janeiro decorre a primeira reunião do Eurogrupo sob a presidência de Mário Centeno, em Bruxelas.

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  • Maria Manuela Nunes
    18 jan, 2018 Queluz 11:49
    Case study de impostos indirectos, de ausência de investimento e de quase paralisia do ensino e da saúde.
  • Americo
    17 jan, 2018 Leiria 17:14
    Boa tarde. Também acho que Portugal é um "case study". Uns partidos ditos de esquerda, que supostamente defendem os mais pobres, aliviam a carga fiscal a quem mais ganha e distribui a mesma por todos, ganhem 500 ou 5.000. Mais estrangulam os serviços públicos por falta de meios (ver por exemplo os hospitais) e "controlam" os média e sindicatos. Grande desonestidade intelectual.
  • Pedro Godinho
    17 jan, 2018 Lisboa 16:50
    "Case study" da aldrabice e da ganância pelo poder. Basta ver o percurso de António Costa desde que "destronou" António José Seguro, até se aliar com comunistas e bloquistas, sempre inimigos de estimação, depois de perder as eleições para PSD e CDS/PP. De lá para cá foi intervir no BANIF, enganar tudo e todos com as cativações, um mega-perdão fiscal à medida de muitas grandes empresas, e satisfazer as clientelas do PCP e BE engordando o Estado, isto num país que pouco produz e que depende do financiamento externo. Quando o petróleo subir e o BCE deixar de comprar dívida estou para ver como vai ser. Malabarismos gosto, mas é no circo.
  • Pedro
    17 jan, 2018 Faro 16:40
    Só é pena que a corrupção continue a ser a maior chaga deste País...

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