Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

​Líder da CIP diz que Rio pode proporcionar acordos com PS

16 jan, 2018 - 01:38

António Saraiva diz que o Governo está refém da esquerda.

A+ / A-

O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, espera que a eleição de Rui Rio para a liderança do PSD possa proporcionar "novos acordos parlamentares" a um Governo "refém" da esquerda.

António Saraiva, no final de uma conferência promovida pelo "Clube dos Pensadores", em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, na qual deixou críticas ao Governo, considerou o salário mínimo nacional baixo e anunciou para 2019 a sua saída da liderança da CIP, ao fim de três mandatos.

"Obviamente que havendo uma diferente liderança no PSD, aquilo que se espera - e o Rui Rio já fez afirmações nesse sentido - é que possa dar ao país a possibilidade de, em sede parlamentar, se encontrarem apoios diferentes daqueles que se têm encontrado, para que todos ganhemos", disse o representante do patronato.

Questionado sobre se com Rui Rio estão reunidas melhores condições de entendimento com o PS, António Saraiva respondeu que isso "dependerá de um conjunto de fatores, das políticas, das reformas e das soluções que foram encontradas".

"Se o PS, Governo, não estiver refém de uma só das áreas parlamentares tem condições diferentes, mais liberdade de ação para as políticas que tem de desenvolver para fazer as reformas que o país precisa", acrescentou.

"Por aquilo que Rui Rio já disse, acho que há hoje diferentes condições para esse entendimento, porque, muitas vezes, as lideranças condicionam as vontades das organizações", afirmou, salientando que "era importante para o país que houvesse esse entendimento, até porque muitas das reformas exigem maiorias qualificadas de dois terços e existem, muitas vezes, iniciativas do Governo que são bloqueadas ou desvirtuadas porque os apoios que reúne são de determinada composição. Assim, tem um espetro maior para poder fazer as reformas que entender".

Admitindo que o "país está melhor" depois das dúvidas que o acordo parlamentar à esquerda levantou aos empresários, afirmou que os últimos dois anos "tranquilizaram receios de investimento".

Para António Saraiva, o salário mínimo nacional "é baixo", mas ressalvou que "há que ver a posição em que as empresas portuguesas se encontram", defendendo uma "fiscalidade amiga do investimento, o financiamento da recapitalização das empresas e recursos humanos mais qualificados".

Sobre a polémica na Autoeuropa, considerou "estar inquinada de falta de diálogo social" devido às "lutas político-sindicais".

António Saraiva aproveitou a ocasião para dizer que sai da liderança da CIP no "final de 2019", depois de ter "imposto a si mesmo um limite de três mandatos".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Maria Fernanda
    16 jan, 2018 08:45
    Era só o que faltava! Há partidos em que as cúpulas decidem e as bases aceitam, o PSD é ao contrário, as bases é que decidem o que as cúpulas fazem e se há algum assunto que ficou resolvido foi este! No dia em que Rui Rio der uma mão ao PS, para aprovar seja o que for, as bases correm com ele! Se Kosta está refém da geringonça, foi por não ter querido ser o número 2 que saiu das eleições, logo, seria absolutamente inconcebível que o PSD aceitasse servir-lhe de muleta! Quem com ferros mata, com ferros morre!
  • 16 jan, 2018 Lisboa 08:40
    É o destino lógico destas comadres...afinal de contas o tacho é um destino comum!!!! O povo paga o que vier, safem-se!

Destaques V+