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Cristão morto no Egipto por tatuagem de cruz no pulso

15 jan, 2018 - 20:15

Os terroristas prometeram matar mais coptas. A minoria cristã do Egipto é frequentemente alvo de atentados ou actos de perseguição.

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Um cristão foi assassinado no Sinai, Egipto, no passado sábado, quando militantes jihadistas detectaram uma tatuagem de uma cruz no seu pulso.

Bassem Herz Attalhah estava acompanhado pelo seu irmão, Osama, que escapou aos assassinos por sorte.

Os irmãos Attalhah estavam a regressar do trabalho juntamente com um colega muçulmano, quando foram mandados parar por três homens com blusões pretos.

“Pensávamos que eram polícias, porque não usavam máscaras”, explica Osama.

Mas quando os homens se aproximaram pediram a Bassem que lhes mostrasse o pulso, detectando uma pequena cruz tatuada.

Os cristãos egípcios, conhecidos como coptas, têm o hábito de tatuar cruzes no pulso ou na mão quando chegam à adolescência. A tatuagem, feita tanto por mulheres como por homens, é uma marca de identidade mas serve também uma função protectora, pois dificulta o rapto e conversão forçada de crianças e mulheres, como já tem acontecido no passado.

Segundo Osama, os jihadistas perguntaram “És cristão?”, ao que Bassem respondeu que sim.

De seguida os terroristas pediram ao amigo dos dois irmãos que dissesse o seu nome e mostrasse o pulso. Perante o nome, Mohamed, e a ausência de tatuagem, deixaram-no ir.

Sem saber que Osama era irmão de Bassem, pediram-lhe também o nome. Osama é um nome comum entre muçulmanos, pelo que não terá levantado suspeita, mas ainda assim pediram para ver o seu pulso, sem reparar que ele tinha uma cruz tatuada, mas do outro lado da mão e mais acima, escondida pela manga da camisa.

Enquanto Osama saía do local, viu os terroristas balear o seu irmão na cabeça, deixando-o morto no chão.

“Não podia acreditar no que estava a acontecer ao meu irmão. Caiu ao chão à minha frente, não pude fazer nada”, disse Osama, citado pelo site World Watch Monitor.

“Perdemos uma pessoa próxima do nosso coração. O meu irmão Bassem era um homem muito bondoso. Tinha uma relação forte com Deus. Estava sempre a ler a Bíblia, a rezar e ia muito à Igreja. Toda a gente gostava dele”, recorda Osama.

Mais tarde um amigo da família ligou para o telemóvel do cristão assassinado e atenderam os terroristas que se limitaram a dizer que pertenciam ao grupo Estado do Sinai, prometendo que matariam mais coptas.

A minoria cristã do Egipto é alvo frequente de atentados e actos de perseguição. Entre oito e dez milhões, os coptas são a maior comunidade cristã do Médio Oriente.

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