15 jan, 2018 - 11:59 • Rosário Silva com Redacção
Testemunhos recolhidos em Évora pela jornalista Rosário Silva
Um sismo com epicentro em Arraiolos, no distrito de Évora, registou-se esta segunda-feira, às 11h51. De acordo com as informações divulgadas pelo Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), o abalo alcançou os 4,9 na escala de Richter.
Num segundo comunicado do IPMA, enviado às 12h10, o organismo informou que "o sismo, de acordo com a informação disponível até ao momento, não causou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima IV (escala de Mercalli modificada) na região de Elvas", afirmou o IPMA, realçando que poderão ser emitidos novos comunicados se a situação o justificar.
Um primeiro comunicado informava que "pelas 11h51 (hora local) foi registado nas estações da Rede
Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 4.9 (Richter) e cujo epicentro se
localizou a cerca de 8 km a Norte-Nordeste de Arraiolos".
Não há indicação que quaisquer danos humanos, disse o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
Na localidade de Alcáçovas o tremor de terra provocou alguns estragos em, pelo menos, uma habitação.
Em Évora, a 20 quilómetros do epicentro, a população saiu para a rua, assustada com o abalo, que produziu um som violento.
“Foi muito forte”, disse à Renascença uma trabalhadora do Museu de Évora, que estava no segundo andar. “Comecei logo a chorar e meti-me debaixo da secretária. A minha colega puxou-me, viemos todos pelas escadas e descemos à rua. Até chegar cá abaixo foi uma eternidade”, conta, ainda com “muito medo das réplicas.”
“Tive muito medo, nunca senti uma coisa como esta”, conta outra habitante. “Já telefonei à minha família, está tudo bem.”
Junto ao Templo Romano, Rafael Alfenim, arqueólogo da Direcção Regional de Cultura do Alentejo, disse à Renascença que, a “olho nu, não há nenhum dano visível” no monumento, recentemente alvo de obras de conservação. Admite, contudo, a necessidade de uma “inspecção mais rigorosa”.
Escolas de Elvas, no distrito de Portalegre, foram evacuadas na sequência do sismo, avançou o "Diário de Notícias".
Abalo chegou a Coimbra
À Renascença chegam relatos de que o sismo foi sentido também em várias zonas da Grande Lisboa e até no Grande Porto, como em Matosinhos e Vila Nova de Gaia.
O sismo foi sentido em Évora, Portalegre, Lisboa e distrito de Coimbra, disse à Lusa o comandante Pedro Araújo, da ANPC. A entidade está a receber muitos telefonemas de pessoas que dizem ter sentido o sismo.
Mais de uma hora depois, a ANPC ainda estava a receber telefonemas. “Mas o mais importante é que até ao momento não há registo de danos pessoais ou materiais”, disse Pedro Araújo.
Intensidade moderada
Os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro (4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante (8,0-8,9), excepcional (9,0-9,9) e extremo (superior a 10).
De acordo com o IPMA, a intensidade IV, com que classificou este sismo, é considerada moderada. “Os objectos suspensos baloiçam. A vibração é semelhante à provocada pela passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada duma bola pesada nas paredes. Carros estacionados balançam. Janelas, portas e loiças tremem. Os vidros e loiças chocam ou tilintam. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas de madeira rangem”.
O IPMA recorda que a localização do epicentro de um sismo "é um processo físico e matemático complexo que depende do conjunto de dados, dos algoritmos e dos modelos de propagação das ondas sísmicas", lembrando que "agências diferentes podem produzir resultados ligeiramente diferentes".
"Do mesmo modo, as determinações preliminares são habitualmente corrigidas posteriormente, pela integração de mais informação", acrescentou.
SISMO (Continente) / Mag 4.9 / 7 km N-NE Arraiolos, aprox. / 15-Jan-2018 11:51:40 (hora local) / +Info: https://t.co/uL4WAowaky
— IPMA (@ipma_pt) January 15, 2018