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Migrações são realidade a que não se pode “fechar os olhos”

14 jan, 2018 - 23:51 • Ângela Roque

Apelo do bispo emérito de Beja foi deixado durante a eucaristia que encerrou o XVIII Encontro dos de Animadores Sociopastorais das Migrações. Documento conclusivo também não esquece a situação dos portugueses que vivem na Venezuela.

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É preciso acolher e integrar quem chega, mas também não esquecer quem emigrou. Vão neste sentido as conclusões do mais recente encontro de várias instituições católicas que actuam na área das migrações, que terminou com uma eucaristia celebrada na Igreja da Buraca, presidida pelo bispo Emérito de Beja, D. António Vitalino Dantas, que integra a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

D. António lembrou que as migrações exigem uma “resposta global” e criticou o “pacto de deportação” que existe no Mediterrâneo, onde chega grande parte dos refugiados.

“Precisamos de encarar o problema de frente. Não podemos fechar os olhos e pensar que não existe. Existe e todos os países do mundo têm de dar as mãos para actuar junto destes nossos irmãos que saem das suas terras”, afirmou o bispo.

Lembrando os verbos utilizados pelo Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado - “acolher, proteger, promover e integrar” -, D. António Vitalino Dantas defendeu que se deve acolher “quem bate à porta”, independentemente da sua “raça ou religião”, cuidar de quem chega indefeso, mas ajudar depois à sua integração.

“Não somos uma sociedade assistencialista, temos de promover as pessoas”, enfatizou.

Organizado no âmbito do Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que se assinalou este domingo, o encontro dos Agentes Sociopastorais das Migrações decorreu “num ambiente marcado por uma rica partilha de boas práticas”, sublinha o documento divulgado no final do encontro.

Os participantes comprometeram-se a “potenciar sinergias”, para conseguirem responder “de forma conjunta e concertada” às necessidades que existem no terreno, e associaram-se à campanha “Partilhar a Viagem”, promovida pela Caritas Internacional durante próximos dois anos para “incentivar a população portuguesa a estreitar relações entre migrantes, refugiados e as comunidades locais”. Pretendem, também “contribuir para a construção dos dois Pactos Globais das Nações Unidas sobre Migrantes e Refugiados, esperando que venham a ser aprovados até ao final de 2018”, e promover iniciativas que ajudem a desenvolver a “cultura do encontro”, a que apela o Papa Francisco.

“Este encontro deixou em todos a plena convicção de que, em qualquer circunstância da existência humana, também nós gostamos de ser acolhidos, protegidos, promovidos e integrados. Será mais fácil isso acontecer se nos decidirmos ‘Partilhar a Viagem’”, refere o documento final, que lembra, ainda, a difícil situação em que se encontram muitos dos portugueses que permanecem na Venezuela, pedindo para que se intensifiquem os esforços “junto das autoridades competentes” para que “nada falte à protecção que é devida aos nossos compatriotas”, vítimas da instabilidade que se vive naquele país.

O XVIII Encontro de Animadores Sociopastorais das Migrações foi organizado pela Agência ECCLESIA, pela Cáritas Portuguesa e pela Obra Católica Portuguesa de Migrações e reuniu cerca de 70 participantes, técnicos e colaboradores da Cáritas e dos Secretariados da Mobilidade Humana, de metade das dioceses de Portugal.

Comentários
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  • pedro
    16 jan, 2018 13:21
    Ajudar sim , mas nos paises de origem. De modo a que os paises se desenvolvam. Não é aceitável que a Europa tenha que acolher e pagar todos os migrantes económicos que a esta se querem dirigir. Isso é parasitismo e os governos bem o sabem, só pelo politicamente correcto não o dizem.

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