12 jan, 2018 - 22:29 • Ana Carrilho
O secretário-geral da CGTP respondeu esta sexta-feira aos empresários que se queixam de falta de mão-de-obra qualificada. “Galinha gorda por pouco dinheiro não há”, afirma Arménio Carlos.
“Experimentem abrir os cordões à bolsa e pagar mais e vão ver se não aparecem trabalhadores qualificados disponíveis para trabalhar. Mas se quiserem continuar a ter galinha gorda por pouco dinheiro, então correm o risco de ter problemas”, afirmou o líder da central sindical.
O foi o desafio lançado esta sexta-feira aos empresários do sector da hotelaria e restauração que se queixam de falta de mão-de-obra qualificada.
Recentemente, a Associação da Hotelaria e Restauração de Portugal (AHRESP) revelou que faltam cerca de 40 mil trabalhadores nesta área. A secretária-geral, Ana Jacinto, afirmou que há quem tenha negócios para abrir e não consegue porque não arranja trabalhadores, mesmo que pouco qualificados.
Em declarações aos jornalistas no final do Plenário de Sindicatos da CGTP, Arménio Carlos lembrou que muitos jovens e trabalhadores desta área investiram na sua formação, mas quando chegaram ao mercado de trabalho foram confrontados com contratos precários e baixos salários. Muitos deles emigraram.
Por isso, o sindicalista sugere uma “concorrência positiva”, usada no passado. “Antigamente, as empresas iam recrutar os trabalhadores mais competentes a outras empresas concorrentes. Para isso, ofereciam melhores salários, mais direitos, melhores condições de trabalho. E os trabalhadores rodavam”.
Arménio Carlos considera que, ao contrário do que alguns apontam, isto não é canibalismo. “O Estado e as famílias investirem na qualificação dos trabalhadores e quando chegam ao mercado de trabalho haver “canibais” que os utilizam com baixos salários e sem direitos é que é canibalismo”.