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​Marcelo depôs como testemunha abonatória no processo Fizz

12 jan, 2018 - 20:53 • Eunice Lourenço

Atitude do Presidente da República pode ser vista como sinal para Angola.

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O Presidente da República depôs por escrito como testemunha abonatória de um dos arguidos no processo Fizz, que envolve o ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente. Ao que a Renascença sabe, Marcelo Rebelo de Sousa limitou-se a assumir que conhece um dos arguidos, o advogado Paulo Blanco, recusando qualquer juízo sobre os factos em questão neste julgamento.

Paulo Blanco, advogado de Manuel Vicente, é um dos arguidos neste caso em que o antigo dirigente angolano e ex-líder da empresa petrolífera Sonangol é suspeito de ter corrompido Orlando Figueira, então procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). O objectivo seria que Orlando Figueira arquivasse dois inquéritos judiciais que envolviam Manuel Vicente.

O depoimento do Presidente da República é importante não por aquilo que diz, mas, - como disse à Renascença uma fonte conhecedora das relações entre Portugal e Angola - pelo sinal que dá a Angola numa altura em que as relações entre os dois países passam por uma fase mais tensa, precisamente por causa deste processo. Essa tensão e a relação com o processo foi assumida pelo próprio Presidente angolano, João Lourenço.

Na chamada Operação Fizz estão em causa alegados pagamentos de Manuel Vicente, no valor de 760 mil euros, a Orlando Figueira para obter decisões favoráveis em investigações ligadas ao ex-vice-presidente de Angola.

Manuel Vicente está acusado de vários crimes: corrupção activa em coautoria com os arguidos Paulo Blanco (advogado) e Armindo Pires, branqueamento de capitais em coautoria com Paulo Blanco, Armindo Pires e Orlando Figueira e falsificação de documento com os mesmos arguidos.

Já o antigo procurador Orlando Figueira está pronunciado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documentos. E o advogado Paulo Blanco por corrupção activa em coautoria, branqueamento também em coautoria, violação de segredo de justiça e falsificação documento em coautoria.

O início do julgamento está marcado para dia 22.

Comentários
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  • ap
    13 jan, 2018 seixal 02:10
    Cada vez tenho mais vergonha em ter cidadãos deste tipo que são PORTUGUESES como eu. E que envergonham o nome de PORTUGAL em troca de uns míseros euros!!!!!!
  • Rui Moreno
    13 jan, 2018 Lisboa 01:23
    Sr.Dr.Marcelo faça um referendo para passar o nome de Portugal , por Baia dos Porcos, a tudo que se está passar, desde o caso da Sra Procuradora que o PS quer calar a voz, ao contra ataque da C. Soc através de uma televisão sabe-se lá ao serviço de quem,ou melhor desconfiamos,sabemos que um País democrático tem que ter valores, e neste momento vale tudo.Assim não.Não somos uma Nação,somos tudo menos isso.E ponha as barbas de molho porque se se opor ao actual sistema eles vão bater à sua porta,com qualquer atitude demolidora à sua integridade.

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