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Cem francesas contra "puritanismo" e "ódio aos homens" do movimento contra assédio

10 jan, 2018 - 11:11

"Febre de enviar porcos para matadouro" é contra a "liberdade sexual", defendem 100 francesas, entre as quais a actriz Catherine Deneuve.

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A carta aberta começa com a frase "a violação é crime", mas os "piropos e as tentativas de engate desajeitadas não são uma agressão machista" e é assinada pela actriz Catherine Deneuve e outras 99 mulheres francesas. O manifesto foi publicado no jornal "Le Monde" e denuncia o "puritanismo" e "ódio aos homens" do movimento contra o assédio sexual que nasceu nos Estados Unidos.

As primeiras denúncias contra o produtor Harvey Weinstein (na sequência de uma investigação do "New York Times") surgiram em Outubro passado e desencadearam o movimento #MeToo (#EuTambém) nas redes sociais, que deu origem a cada vez mais denúncias de abusos e assédios.

Agora, as mulheres francesas vêm dizer que "apesar de ser necessário travar abusos de poder por parte dos homens", este movimento de denúncia tem assumido características "puritanas" e atribui às mulheres o "papel de eternas vítimas".

"O movimento #MeToo tem levado ao despedimento e afastamento de homens que não têm tido oportunidade de se defenderem" e que "foram colocados exactamente na mesma categoria dos agressores sexuais", pode ler-se no manifesto.

"Os homens apenas erraram por terem tocado um joelho, por tentarem roubar um beijo, por terem conversas sobre temas íntimos durante um jantar de trabalho ou por terem enviado mensagens sexualmente explícitas a uma mulher que não estava interessada", continua a carta aberta.

Catherine Deneuve, actriz francesa de 74 anos, e outras 99 mulheres dizem não se reconhecer neste feminismo que "para além de denunciar o abuso de poder assume um ódio aos homens e à sexualidade".

"Esta febre de enviar 'porcos' para o matadouro está longe de ajudar as mulheres e só serve realmente os interesses dos inimigos da liberdade sexual, dos extremistas religiosos e dos piores reaccionários", denunciam as signatárias, vindas do mundo das artes, do entretenimento ou da academia. Para além de Catherine Deneuve, a carta é também assinada por nomes como Christine Boissonn (atriz), Élisabeth Lévy (jornalista), Brigitte Lahaie (ex-estrela do cinema para adultos dos anos 70 e agora apresentadora de televisão) ou Catherine Millet (escritora).

Para estas mulheres, vive-se num clima de denúncia e acusação generalizada do assédio sexual que aponta o dedo e limita o direito de expressão de quem se manifesta contra algo que consideram que "foi longe demais".

"Defendemos o direito à liberdade de importunar, algo vital para a liberdade sexual", reforça o manifesto.

Comentários
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  • DR XICO
    11 jan, 2018 LISBOA 14:38
    Começa a não haver pachorra para tanto assédio ou será sedução?? Como já alguém escreveu, alguém que goste efectivamente do um colega a partir destas mentalidades jamais poderá ousar demonstrar os seus sentimentos ou será humilhado em publico pelas mentes feministas doentias. Mandar um piropo mostrar afectos tocar numa mão, não pode ser sempre acusado de: odioso, nojento, verme, velho porco etc.
  • palhaçada
    10 jan, 2018 é o que é este fiminismo 15:38
    Há mulheres que por um simples olhar já se fazem de vitimas de assédio, mas quando não sentem atração, porque se é alguém bonito e que faz o gênero dela aí tá tudo bem e até gostam. Não estou com isto a querer dizer que se viole uma mulher ou a obrigue a aceitar o que não quer, longe disto. Mas alguns homens muitas vezes ficam queimados e muito mal vistos porque há sempre aquelas que gostam de exibir a sua moralidade, santidade e seriedade, ou quem sabe, exibir o seu lado atraente às amigas aos que as olhem, nem que para isto tenham que queimar a personalidade de alguém. Algumas deveriam era de usar a burka mas só em algumas ocasiões e se exibirem demais aos bonitões. Este feminismo todo muitas vezes não passa de uma grande palhaçada!

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