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Bombardeamentos mataram mais de 15 mil civis em 2017

08 jan, 2018 - 10:00

É o pior ano desde 2011. No total, morreram mais de 15 mil civis na sequência de ataque com explosivos.

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O número de civis mortos em bombardeamentos aéreos aumentou 82% em apenas um ano, passando de 4.902 (2016) para 8.932 (2017).

Os números são divulgados esta segunda-feira pela organização “Acção sobre a violência armada” (Action on Armed Violence – AOAV), segundo a qual foi na Síria que ocorreu a maior subida, seguida pelo Iraque e o Iémen.

No total, até Novembro de 2017, morreram 15.399 civis em ataques com armas explosivas (incluindo bombardeamentos aéreos) o que representa um aumento de 42% face ao mesmo período do ano passado (ano em que morreram 10.877 não combatentes).

Os bombardeamentos aéreos arrecadam a maior parte da responsabilidade por este aumento. A organização frisa que este tipo de bombardeamento é, na maior parte das vezes, levado a cabo por Estados (e não por organizações não-governamentais).

As armas explosivas lançadas por via terrestre tiraram a vida a 11% do total de mortes civis e os engenhos improvisados contam com 25% do mesmo total, sendo a primeira vez que entram na contagem da AOAV (que começou em 2011).

A organização destaca desta lista negra a Síria e o Iraque, onde o número de vítimas mortais por causa de engenhos explosivos subiu 50%, e a Somália, onde o aumento é de 200%, na sequência dos ataques levados a cabo pelo grupo al-Shabaab.

Foi, aliás, na Somália que ocorreu, na perspectiva da AOAV, o pior ataque do ano com armas explosivas. Foi em Outubro, quando um camião armadilhado matou 512 pessoas em Mogadishu.

“Estes números expõem a mentira de que os mísseis de precisão utilizados pelos Estados não levam ao aumento do número de vítimas civis. Quando as armas explosivas são utilizadas em aldeias ou cidades, os resultados são inevitáveis: morrem homens, mulheres e crianças inocentes”, escreve o director da organização, Iain Overton.

“Os Estados têm de respeitar as regras com que se comprometeram para usar tais armas em áreas povoadas”, afirma, apelando aos mesmos que discutam entre eles maneiras de reduzir os prejuízos humanos.

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