Viana do Castelo acolhe este domingo o corpo do seu primeiro bispo

O corpo de D. Júlio Tavares Rebimbas vai ser trasladado de Aveiro, onde se encontra sepultado, para a Sé de Viana do Castelo.

A cerimónia vai decorrer este Domingo, às 15h30, e é considerada um dos pontos altos das comemorações do 40º aniversário da diocese, que é a mais jovem do país. Criada a 3 de Novembro de 1977 pelo Papa Paulo VI, integra 291 paróquias espalhadas por 10 concelhos do Alto Minho. O programa comemorativo vai prolongar-se até 2020.

Na Carta Pastoral que publicou a propósito da efeméride, o actual bispo, D. Anacleto Oliveira, lembra que D. Júlio Tavares Rebimbas "desejou em vida" ser sepultado na Catedral de Viana e que este é "um direito que lhe cabe por ter sido o primeiro bispo da diocese".

O túmulo “em mármore branco de Estremoz” vai ficar instalado numa capela lateral da Sé de Viana, situada em pleno centro histórico da cidade. Segundo o departamento de comunicação da diocese, a cerimónia “está a ser preparada com toda a atenção”, tendo sido convidados "todos os bispos de Portugal e da vizinha Galiza, e as autoridades da região”.

D. Júlio Tavares Rebimbas foi nomeado bispo de Viana do Castelo em 1977, mas a sua entrada solene na diocese ocorreu a 8 de Janeiro de 1978. Natural de Bunheiro, concelho da Murtosa, onde nasceu em 1922, foi ordenado sacerdote em 1945, na diocese de Aveiro. Foi pároco em várias localidades até 1962, e participou na última sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II.

Em 1965, o Papa Paulo VI nomeou-o bispo do Algarve e, em 1972, bispo auxiliar do cardeal patriarca de Lisboa. Cinco anos depois, o Papa escolheu-o para ser o primeiro bispo de Viana do Castelo, diocese onde esteve até Fevereiro de 1982, quando João Paulo II o nomeou bispo do Porto. Em Maio de 1997, D. Júlio recebeu a Medalha de Honra da cidade, tendo resignado pouco tempo depois. Morreu na Casa de Saúde da Boavista em 2010, aos 88 anos.

As comemorações dos 40 anos da diocese de Viana do Castelo prolongam-se até 2020, e serão ainda marcadas pela homenagem ao "contributo essencial" dos outros bispos que passaram pela região: D. Armindo Lopes Coelho e D. José Augusto Pedreira.

Frei Bartolomeu dos Mártires será outra das figuras a homenagear pela diocese de Viana, terra onde morreu e onde se encontra sepultado. Conhecido pela sua dedicação aos mais pobres, ali mandou construir o convento de Santa Cruz, depois designado de S. Domingos. Foi beatificado por João Paulo II, em 2001. Em 2016, o Papa Francisco autorizou a sua canonização sem necessidade de um novo milagre atribuído à sua intercessão.