Tempo
|
A+ / A-

Coro da Catedral de Lisboa promete “peças arrojadas” no concerto de Ano Novo

04 jan, 2018 - 17:32 • Ângela Roque

Marcado para o próximo Domingo, às 17 horas, o concerto conta com a participação do Coro Juvenil de Nossa Senhora da Ajuda e é também uma homenagem ao antigo organista da Sé, Antoine Sibertin-Blanc.

A+ / A-

“Este é sempre o momento alto do ano, que preparamos com muito empenho e dedicação” diz à Renascença o maestro Luis Filipe Fernandes a propósito do Concerto de Ano Novo que está marcado para dia 7 de Janeiro, às 17h. O responsável pelo Coro da Catedral de Lisboa, que tem cerca de 30 elementos, explica que têm sempre um “projecto anual”, e que em 2017 tiveram várias iniciativas, “até participámos nas comemorações dos 100 anos das aparições”. Luís Filipe Fernandes não esconde o orgulho que sente no trabalho que têm conseguido desenvolver ao longo dos anos: “temos procurado sempre ir interpretando peças mais arrojadas, e é isso que vai acontecer neste concerto”, garante.

Chegar aqui implicou muito trabalho e um grande desafio, explica, e o coro ensaia regularmente. “Já perceberam todos que para fazermos isto temos de ser assíduos, só assim conseguimos elevar ainda mais o nível”. Porque embora alguns elementos tenham “conhecimentos musicais”, não possuem “uma formação musical sólida”, pelo que “requer muitos ensaios para se fazerem peças deste género”. Mas, têm conseguido, e o concerto do ano passado, por exemplo, que foi dedicado à Misericórdia, resultou num CD de Natal, recentemente editado pela Paulus Editora. “Tinham lá estado a gravar e acharam que havia vários trechos que mereciam ser publicados”. O concerto deste ano pode também vir a dar um disco? “Tudo indica que sim”, diz o maestro.

Como nos anos anteriores a escolha do repertório obedeceu a um tema. “Este ano escolhemos a expressão ‘Jubilate Deo, Cantate Domino’, que significa ‘Alegrai-vos em Deus, Cantai ao Senhor’, para ser o fio condutor do concerto”, explica-nos Luis Filipe Fernandes. O tema geral pretende também corresponder ao calendário diocesano definido pelo Patriarcado, que está a viver um ano dedicado à Palavra. “Os cânticos vão todos ao encontro da interpelação lançada pelo Patriarca” para se “renovar o compromisso em prol da difusão, conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura” e “fazer da Palavra de Deus o lugar onde nasce a fé”.

O concerto vai desenrolar-se em quatro partes. “O primeiro bloco será de ‘músicas francesas’”. A peça de abertura é de Jean Paul Lécot, que faz 70 anos, e “costuma ser interpretada no Vaticano na liturgia das canonizações dos santos e santas de Deus. É o leitmotiv deste concerto”, explica o maestro. Serão, ainda, interpretadas peças de Gabriel Fauré, César Franck, François Coperin e Antoine Sibertin-Blanc. O antigo organista da Sé Catedral de Lisboa será, assim, homenageado pelos cinco anos da sua morte.

No segundo bloco serão interpretadas “duas avé-marias, uma do compositor brasileiro Fernando Cupertino, outra de William Gomez, da Costa Rica, intercaladas por um Regina Coeli de António Lotti”, assinalando os 350 anos do seu nascimento.

No terceiro bloco serão apresentadas peças religiosas e sacras de John Steiner, Domenico Bartolucci, Tchaikovsky e Malcom Archer, este último “um compositor inglês que queremos também homenagear pelos seus 65 anos de vida”.

Finalmente, o quarto bloco será “de cariz mais mariano”, com peças dos padres José Joaquim Ribeiro, Manuel Luis e António Cartageno, neste caso com uma particularidade: “é um trecho que se intitula ‘Branca Rainha da Paz’ e a letra foi escrita, há quase 30 anos, por D. Manuel Clemente, quando pertencia à equipa formadora do seminário dos Olivais”.

O Coro da Catedral de Lisboa será acompanhado pelo Coro Juvenil de Nossa Senhora da Ajuda, e por vários instrumentistas. “No órgão estará o professor António Duarte, o nosso organista depois do falecimento do professor Sibertin-Blanc. Na flauta estará Alzira Martins Trindade, no trompete Ana Almeida, no clarinete Andreia Rosa, no violoncelo Cátia Filipa Magalhães e na trompa José Eduardo Pires. Uma das peças terá solistas, a Carolina Barbosa, a Joana Maria Figueira, a Maria de Jesus Assunção, e a Sofia Rita”.

“Seremos ao todo umas 50 pessoas”, diz o maestro Luis Filipe Fernandes, que deixa o convite: “Se puderem passar pela Sé neste Domingo da Epifania, decerto que vão ter uma boa tarde musical”.

O concerto está marcado para as 17 horas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Alda dos Santos Silv
    08 jan, 2018 Mafra 21:03
    Parabéns pela iniciativa, pelo bom canto que fazem e pela proximidade na divulgação. Bem hajam. Não vou poder ir porque tenho um almoço de Família, neste domingo da Epifania e não consigo chegar a Lisboa às 17h, mas irei noutra altura breve. Cumprimentos
  • Francisco C. Lopes
    05 jan, 2018 Lisboa 17:16
    A entrada no concerto dia 7 Janeiro é livre? Melhores cumprimentos

Destaques V+