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Lesados do BES. “Novo Banco, o ladrão das minhas poupanças”

28 dez, 2017 - 11:10

Exigem receber a totalidade do dinheiro através da provisão criada para reembolsar clientes.

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Lesados do BES acusam: “Novo Banco, o ladrão das minhas poupanças”
Lesados do BES acusam: “Novo Banco, o ladrão das minhas poupanças”

Um grupo de lesados do BES não desiste e está a promover um protesto em frente a uma agência do Novo Banco na Av. do Aliados, no Porto. “Novo Banco o ladrão das minhas poupanças”, pode ler-se num cartaz.

Este grupo exige receber a totalidade do dinheiro através da provisão criada para reembolsar clientes. “Não se fala em provisões e fala-se em soluções”, lembra um dos lesados.

"Não queremos 20%, nem 50%, nem 75%, queremos o que fraudulentamente nos roubaram", afirma o Grupo de Lesados do Papel Comercial e Lesados Emigrantes em comunicado, no qual sublinha que "os protestos vão continuar até que devolvam na íntegra aquilo que extorquiram vergonhosamente dentro de um banco que garantia segurança máxima".

"A solução de pagamento aos lesados do BES é outra fraude se vier a ser aprovada, quem nos deve é o Novo Banco [NB] que tem as nossas contas, devem 100% o dinheiro que entregamos aos gestores. NÃO QUEREMOS 20% nem 50% nem 75%, QUEREMOS o que fraudulentamente nos roubaram", lê-se no mesmo texto.

“Isto é um holocausto financeiro e peço ao Presidente da República e ao primeiro-ministro que metam a mão na consciência. Isto dói muito”, apela outro dos lesados presente na concentração.

Na nota de imprensa acrescentam: "O NB trabalha há mais de 3 anos com o dinheiro que nos pertence, contra a nossa vontade e tem responsabilidades nas vidas destruídas, nas mortes que estão a ocorrer devido a esta vigarice, e nos danos morais que incompreensivelmente ao apoderar-se da provisão destinada a ressarcir os clientes de retalho têm sujeitado as vítimas desse roubo".

Na passada quinta-feira o Governo confirmou que a primeira parte da indemnização aos lesados do papel comercial do BES vai ser assegurada diretamente com dinheiro do Estado, de cerca de 140 milhões de euros, prevendo-se que aqueles clientes recebam estas compensações em Abril.

O Governo propôs alterar parte do desenho da solução para os clientes do antigo BES com papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES): em vez de prestar uma garantia estatal ao fundo de recuperação de crédito para este se financiar junto da banca de modo e poder pagar aos lesados, como tinha sido inicialmente negociado, o Estado prepara-se para emprestar directamente dinheiro ao fundo.

O BES, tal como era conhecido, acabou em 1 de Agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros. O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os activos e passivos de qualidade num 'banco bom', denominado Novo Banco, e os passivos e activos tóxicos no BES, o 'banco mau' ('bad bank'), sem licença bancária.

Comentários
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  • simâo gomes
    29 dez, 2017 moreira de cónegos 00:09
    Tenho pena dos lesados do BES do papel comercial mas deviam ser pagos pelo sistema de indemnizaçao ao investidor da CMVM. Caso contrario se o Estado emprestar o dinheiro ao fundo vai ficar sem ele e assim serâo os portuguses a pagar mais uma vez . O papel comerçial tinha umavtaxa de juro grande,quem investiu sabia que algum risco tinha?
  • Eborense
    28 dez, 2017 Évora 15:15
    Calma, que todos nós contribuintes iremos pagar-lhes todo o dinheiro que investiram, porque queriam taxas de 7 %, quando as restantes andavam à volta dos 3,5 %. Em Abril são já 170 milhões e o resto não vai tardar. A geringonça não lhes irá ficar a dever um cêntimo. A geringonça, com o nosso dinheiro, bem entendido!
  • SALGADO LADRÃO
    28 dez, 2017 Lx 13:12
    Façam manifestações à porta do ladrão do Ricardo Salgado, em cascais com muito ruído para todos saberem que ali mora um salafrário. O tipo costuma jantar aos sábados no restaurante Monte Mar, em Cascais e paga sempre em dinheiro.Invadam o restaurante e cantem o Grândola vila morena...O tipo chega a pagar a dez pessoas em dinheiro sempre...
  • jose
    28 dez, 2017 Setubal 12:32
    pois enquanto uns são roubados Pelo novo banco, diga-se todos os portugueses em particular, e outros mais acentuadamente em particular. o novo banco distribui cheques de 800 euros pelos seus funcionários para pagamento de despesas escolares dos filhos. isto é vergonhoso. tal como os telemóveis da câmara de Almada para os filhos dos funcionários ou as cartolas da câmara de lisboa, oos 1000 milhoes do berardo a CGD,....... o dinheiro dos tugas ......
  • Manuel Silva
    28 dez, 2017 Lisboa 12:29
    E u vou dizer aos senhores lesados quando irão reaver as poupanças. Quando começarem a caçar um por um, do funcionário de balcão, ao gerente da agência, ao executivo até à seita/clã do Salgado Espírito Santo, assim como secretários de Estado, Ministros, Entidades reguladoras, administradores do Banco de Portugal, enfim toda essa escumalha de parasitas, criminosos canibais que tiveram responsabilidade no processo.. Façam isso, pela calada da noite, uma bala na nuca, sem sofrimento, estão todos referenciados, é um favor que fazem a Portugal e os Portugueses agradecem. Só assim nos livramos desses parasitas da III República.
  • CAMINHANTE
    28 dez, 2017 LISBOA 12:20
    Entendo a angústia das pessoas lesadas, mas parece-me que existe uma interpretação não correcta da situação. Os investidores foram lesados pelo BES, não pelo Novo Banco. O Banco de Portugal é que é responsável por ter entendido aplicar a solução de salvar parte do BES, criando um outro Banco . Uma solução que salvou mesmo parte do BES. O desastre teria sido mais contundente para todo o sistema se se empurrasse o BES pura e simplesmente para a falência. E é preciso não esquecer que os investidores compraram produtos de risco... alguns, menos "letrados nesta matéria", terão sido enganados pelos gestores ( pressionados para venderem os referidos produtos de risco), mas outros sabiam bem que o produto era de risco ( não havia retorno garantido, não eram depósitos a prazo). É desadequado acusar o Novo Banco . Nem sequer resolve o problema. O problema é que outros Bancos, inclusive o do Estado, continuam a pressionar os seus funcionários a venderem Produtos de Risco, desvalorizando por completo os depósitos a prazo. Ainda muitos arriscam comprar produtos de risco; se correr mal depois também se vão considerar roubados?
  • Matias
    28 dez, 2017 Lisboa 12:01
    Lesados da treta - Ninguém de bom senso investe sem saber no que investe ou aplica dinheiro sem saber no que está a aplicar!!!!!!

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