20 dez, 2017 - 16:10 • Elsa Araújo Rodrigues
Privatizar a gestão do Teatro Maria Matos, em Lisboa, é uma "má ideia" que está "dentro de uma lógica de privatização", considera Ricardo Robles, vereador do Bloco de Esquerda (BE) na autarquia. Se a ideia se tornar numa proposta efectiva, a mesma terá o voto contra do Bloco de Esquerda em Assembleia Municipal.
A vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, avançou com a ideia de entregar a gestão do teatro municipal a privados, em entrevista ao jornal "Público".
À Renascença, Ricardo Robles afirma que passar a programação do Teatro Maria Matos para a mão dos privados "é uma lógica de privatização e de programação que não é sujeita aos critérios de serviço público de cultura a que deveria obedecer a rede de teatros municipais".
O vereador do BE concorda com a reconfiguração do teatro e que "possa ser eventualmente alvo de um concurso para uma [nova] direcção artística ou de uma programação cultural".
Mas reforça: "Não estamos de acordo que seja alvo de uma entrega a uma produtora ou um privado, para a gestão privada do teatro municipal. É uma má ideia que não iremos acompanhar".
A entrega do Maria Matos a privados é uma "má ideia" para Robles, mas o bloquista admite um acordo com o PS no contexto das "boas ideias" que também foram enunciadas pela vereador da Cultura da autarquia, como a organização em rede da programação dos teatros municipais e a sua eventual especialização a nível temático.
A Assembleia Municipal, órgão deliberativo do município, tem competências de apreciação das grandes linhas da política municipal, sob proposta da câmara, em matérias como a celebração de contratos de concessão pela autarquia.
O PS tem 33 deputados municipais, necessitando de mais cinco votos para obter maioria simples na Assembleia Municipal. O Bloco de Esquerda tem quatro deputados municipais.