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Marcelo quer “rumo certo e firme"

15 dez, 2017 - 19:26

Chefe de Estado pede “uma estratégia a médio e longo prazo” e que se evite "um sistema político bloqueado”.

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O Presidente da República alerta para a necessidade de "uma estratégia a médio e longo prazo" e para o risco que representa para o país um sistema político "bloqueado" para "criar consensos e suscitar alternativas".

"Neste momento, o que importa é precisamente apostar na estratégia de médio e longo prazo, com o rumo certo e firme, sabendo que, em alguns pontos sensíveis, há diversidades de pensamento e que essas diversidades não coincidem necessariamente com nenhum dos dois hemisférios políticos existentes no nosso país, o que torna mais complexo o equacionar desse médio e longo prazo", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, em Braga, na Universidade do Minho, durante a apresentação de um estudo sobre a economia portuguesa.

Num discurso marcado pelo retrato positivo do momento económico que Portugal e a Europa atravessam, o chefe de Estado deixou avisos ao sistema político nacional para que não seja um entrave ao desenvolvimento de uma estratégia a médio e longo prazo.

"Importa [para desenvolver uma estratégia a médio e longo prazo] considerar a demografia, a educação, a qualificação, a ligação entre a qualificação e a actividade empresarial, a estruturação administrativa e a aptidão do sistema político para criar consensos e suscitar alternativas".

Por isso, alertou, "um sistema político bloqueado porque é incapaz de criar consensos e ao mesmo tempo insusceptível de gerar alternativas, naturalmente não facilita uma estratégia a médio prazo".

Com a palavra "consenso" a repetir-se ao longo do discurso, para o quase jubilado professor universitário, como o próprio lembrou, a definição e persecução da estratégia necessária para Portugal "tem que ir para além de uma legislatura e não pode estar dependente das soluções governativas conjunturais".

"Quando se diz que é óbvio que o caminho é um determinado, é óbvio para um dos hemisférios ou uma parte dele da nossa realidade política e para uma parte do outro hemisfério", referiu.

"Não quer dizer que seja óbvio para os consensos que devem corresponder à situação vivida numa determinada conjuntura", alertou.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda avisos sobre a necessidade de não ceder ao "facilitismo" e à "resistência de satisfazer surtos sociais e inorgânicos e solicitações inexequíveis", salientando características da economia nacional.

"Um dos encantos, mas também dos problemas da economia portuguesa é a sua dimensão e a sua abertura, tudo o que corra bem, nomeadamente apoiado por fora, cria processos cumulativos virtuosos, mas é fácil inverter os processos cumulativos virtuosos por um facilitismo, uma ilusão, uma precipitação dita momentânea ou pontual", preveniu o chefe de Estado.

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