Tempo
|
A+ / A-

​Há tesouros únicos para ver no Museu Bordalo Pinheiro

14 dez, 2017 - 19:55 • Maria João Costa

A partir desta quinta-feira, abre ao público a exposição “Formas do Desejo” que revela peças do ceramista Rafael Bordalo Pinheiro. Algumas das obras são únicas.

A+ / A-

Há uma nova razão para visitar o Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa. São 150 peças, algumas delas únicas que saíram da imaginação e das mãos de Rafael Bordalo Pinheiro.

Conhecido por usar as formas da natureza, como as couves ou os peixes, Rafael, filho do pintor Columbano Bordalo Pinheiro, produziu centenas de peças de grande modernidade. Alguns exemplos estão na exposição “Formas do Desejo”, que ocupa agora todo o edifício do museu situado no Campo Grande.

A exposição divide-se em três núcleos: as formas, funções e temas. Reveladas ao público são obras que nunca foram expostas e que entraram para a colecção do museu recentemente.

Taça Rafael Bordalo Pinheiro. Foto Laura Castro Caldas e Paulo Cintra

Mariana Caldas de Almeida, comissária da mostra, explica que o objectivo é “mostrar algumas das mais importante e emblemáticas peças da colecção” e que “algumas dessas peças foram incorporadas este ano porque têm vindo a ser doadas, adquiridas ou oferecidas”. A proveniência das peças é um dado importante para os comissários desta exposição que nas legendas incluíram esse percurso de cada obra.


Moringue "Gonzaga Gomes". Foto Carlos Pombo

Em dois andares e mais uma sala dentro da casa mãe do museu são mostradas ao público obras muito diversas. Desde peças decorativas, a outras utilitárias. Há jarras, molduras, fosforeiras, um candeeiro, peças decorativas, entre outras. As marcas habituais com as tradicionais couves estão lá, mas também um cavalo marinho gigante que é uma jarra, ou um pote também de grande formato feito em cerâmica, que imita o trabalho de cestaria em vime. São muitos os exemplos que fazem esta exposição.

O comissário Pedro Bebiano Braga escolhe a estante dos moringues, uma espécie de vasilha de barro, usadas para conservar a água fresca, com uma asa na parte superior e um gargalo de cada lado.















Candeeiro "Justino Guedes". Foto Carlos Pombo

São peças que Bordalo Pinheiro trabalhou de diferentes formas, uma delas com caricatura. “Transforma um dos bicos em nariz, todo o moringue como se fosse um beiçudo chinês, com um rabicho que é a pega onde há um mascarar da forma”, descreve Bebiano Braga, que conclui que toda a peça “é uma caricatura, onde a função acrescenta humor à forma”.

A exposição tem também um importante núcleo de azulejaria criada por Rafael Bordalo Pinheiro no edifício do museu fundado pelo coleccionador Ernesto Cruz de Magalhães, um poeta republicano, grande admirador de Rafael Bordalo Pinheiro.

A enriquecer esta exposição estará também todo um espólio documental deste artista multifacetado que criou a fábrica de cerâmica nas Caldas da Rainha.

Pedro Bebiano Braga indica que têm exposto “a obra gráfica, pintura publicada em gravura e desenho” que é cruzado com a obra cerâmica e que espelha “uma contaminação das artes e das várias facetas do artista”.

A exposição abre esta quinta-feira e pode ser visitada até 25 de Novembro do próximo ano. Está aberta de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00. Fecha à segunda-feira e nos dias 24, 25 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Tem entrada gratuita ao domingo de manhã até às 13h00.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+