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Sem acordo dos trabalhadores, Autoeuropa aprova trabalho todos os sábados

12 dez, 2017 - 09:14

É uma decisão unilateral da empresa, que em Agosto espera encetar novas negociações com os trabalhadores.

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A fábrica da Volkswagen em Palmela anunciou, esta terça-feira, aos seus trabalhadores que passará a laborar todos os sábados a partir do final de Janeiro.

“Em finais de Janeiro, vamos iniciar o modelo de trabalho de 17 turnos semanais, que cumpre com a lei e garante a produção aos sábados a dois turnos”, refere o comunicado interno da empresa.

Por este trabalho ao fim-de-semana, os trabalhadores irão receber o dobro do que recebem em dias úteis. A Autoeuropa responde, assim, e não obstante esta ser uma decisão unilateral, a uma das reivindicações dos trabalhadores nesta matéria.

“Claramente que vamos reflectir no ‘feedback’ que nos foi dado com o resultado do referendo. Embora tenham sido expressas muitas opiniões diferentes nas várias reuniões, entendemos que a maioria dos colaboradores está comprometida com o cumprimento do programa de produção do próximo ano”, lê-se no comunicado.

Os novos horários prevêem quatro fins-de-semana completos e um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses.

A partir de Agosto, a administração conta encetar novas negociações com a comissão de trabalhadores.

A divergência sobre os horários de trabalho arrasta-se há alguns meses. A comissão de trabalhadores rejeitou dois pré-acordos sobre os termos do trabalho ao sábado e da laboração contínua (três turnos diários) e foi mesmo realizada uma greve – considerada histórica por ser a primeira em 26 anos.

“A laboração contínua tem um impacto na vida das pessoas diferente daquele horário que temos hoje em dia. Temos de arranjar alternativas e fazer melhorias a outros níveis, a nível monetário, por exemplo”, argumenta Fernando Gonçalves, da comissão.

Mas há cerca de duas semanas, o representante dos trabalhadores mostrava-se mais confiante num entendimento. Em declarações à Renascença, considerou que será do interesse da empresa chegar a um acordo, pois não será produtivo “ter cinco mil e tal pessoas desmotivadas e contrariadas”.

No comunicado divulgado esta terça-feira, a Autoeuropa diz que o modelo de trabalho proposto é legal e sublinha que “as condições do pré-acordo rejeitado seriam possíveis apenas com uma autorização do conselho de administração da marca Volkswagen para o aumento dos custos de produção da fábrica, pelo que sem um acordo, não é possível manter essas condições”.

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  • fredy
    20 dez, 2017 16:35
    Gostava de perguntar ao senhor verdade quantos dias de down day tem positivos ou negativos, se é daqueles que esteve durante muitas anos a gozar cerca de 40 dias em casa ; a fazer um turno ; a estudar na ATEC; a fazer meio turno e ir para casa com jantar no bucho sem prejuiso para o seu ordenado. Estou de acordo com o outro comentário, quem não quer trabalhar pode ir embora porque existe muita gente para trabalhar para a Autoeuropa.
  • Bom-senso
    12 dez, 2017 Lisboa 17:01
    Caro Joper, subscrevo inteiramente as suas palavras. E vejam lá se se entendem, na Autoeuropa. Os Alemães têm pouco sentido de humor, nesta questão do trabalho, e não apreciam turbulências. Se levarem a Autoeuropa para outro país, aí vai haver "choro e ranger de dentes". Quem avisa, bom amigo é!
  • Horacio
    12 dez, 2017 Lisboa 16:27
    Os patrões devem lutar por produzir mais e os trabalhadores por seus direitos. Isso é normal. Numa sociedade utopiana as fábricas não abriam nos fins de semana ,os trabalhadores ganhavam bem produziam muito e os negócios davam lucro.. Infelizmente não é assim. Então tem de haver concessões dos dois lados .querem abrir sete dias por semana ok mas tem de pagar mais e não podem obrigar quem já está empregado a aceitar trabalhar nos fins de semana tem de ser voluntário. Posso estar enganado mas deve de ter gente por lá disposta a trabalhar no fim de semana por mais dinheiro neste caso o dobro.do salário normal. Até entendo que isto afecta a vida social e familiar mas ganhar menos ou não ter emprego também afecta.
  • Verdade
    12 dez, 2017 Almada 15:37
    Enviei um comentario hå bastante tempo e o mesmo ainda não foi publicado. Será que a "censura" ao que eu escrevi (nao ofendi ninguém) ainda não "riscou" com o lapis vermelho ?
  • LUIS
    12 dez, 2017 LISBOA 15:28
    A Administração devia era deslocar a produção. Depois que fossem pedir o ordenado ao Sindicato !
  • 12 dez, 2017 15:22
    Sr Armenio Carlos e comparsas...então vcs admitem uma coisa destas????? Assim não conseguimos fechar a Autoeuropa e colocar mais uns milhares de trabalhadores em férias definitivas.......
  • Andre Sousa
    12 dez, 2017 Vila Pouca de Aguiar 15:05
    O partido comunista / verdes e muitos bloquistas ( pois estão calados) querem o fecho da empresa....pois só assim têm matéria para terem mais votos! Quando o povo vive mal, vota nestes partidos na esperança que façam algo....cambada de " esquerdalha" sem escrúpulos. Esse sindicalista merecia um par de estalos...
  • Madala
    12 dez, 2017 Évora 14:07
    Quem quer trabalhar que apareça, quem não quer rua. Tenho a certeza que os trabalhadores aparecerão, já os empregados da cgtp não sei... há muita gente que quer trabalhar de verdade.
  • Eborense
    12 dez, 2017 Évora 13:49
    Joper. A meia dúzia de sindicalistas de que falas, são comunistas. Quando falas de tristeza e te referes a um clube de futebol deverás dizer se te estás a referir ao Porto, ou ao Sporting.
  • Verdade
    12 dez, 2017 Almada 13:47
    Caros senhores. Alguns comentadores (e pelo tipo de comentários) parece pertencem ao "grupo de escravos que estão satisfeitos" por continuarem a "serem escravos" e estão contra quem luta pelos seus direitos. Este assunto é um tema que pertence aos trabalhadores da Autoeuropa decidirem de "serem menos explorados" (escravos com mais direitos).

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