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Novas equipas já estão nas escolas a fiscalizar refeições

06 dez, 2017 - 06:56

Houve queixas de alimentos crus, maçãs podres e pouca comida. Os casos mais problemáticos concentravam-se nas zonas de Lisboa e do Porto.

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O Ministério da Educação criou novas equipas para fiscalizar as refeições escolares, que já estão no terreno com o objectivo de "reduzir drasticamente" os problemas nas cantinas e garantir a penalização de quem não cumpre.

A tutela celebrou no Verão novos contratos com empresas privadas que, nos próximos três anos lectivos, têm a obrigação de fornecer refeições a milhares de alunos. Mas nem tudo correu bem. Pouco depois de começarem as aulas, começaram também as denúncias de má qualidade e pouca quantidade de alimentos.

"De facto tem havido alguns problemas", reconheceu a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, em declarações à agência Lusa.

Para tentar combater este problema, foram criadas novas equipas de fiscalização um pouco por todo o país e deve ser publicado o despacho assinado por Alexandra Leitão que cria o "Plano Integrado de Controlo da Qualidade e Quantidade das Refeições Servidas nos Estabelecimentos de Educação e Ensinos Públicos".

Com este plano, passa a haver um "controlo e fiscalização apertada ao nível da escola, que conta com a participação da direcção da escola e com as equipas regionais da DGestE, que foram criadas de propósito para andar pelas escolas a ver e a fiscalizar", explicou a secretária de Estado.

Estas equipas contam também com a participação dos pais: "Não é qualquer pai que entra a qualquer momento, mas as direcções das associações de pais de cada escola podem também entrar nos refeitórios para ver o que está a ser feito".

Com as novas equipas no terreno e com poder para aparecer de surpresa em qualquer cantina, o Ministério da Educação pretende que no segundo período os problemas alimentares sejam "reduzidos drasticamente".

Segundo números avançados por Alexandra Leitão, em média são servidos cerca de 500 mil almoços e, até agora, os casos mais problemáticos concentravam-se nas zonas de Lisboa e do Porto.

"Há zonas do país onde não houve queixas e outras zonas onde as coisas correm pior", disse a secretária de Estado, acrescentando que os principais focos de preocupação estão "no norte, na região do Porto, e na região de Lisboa e Vale do Tejo".

Alexandra Leitão recusa que o valor por refeição (1,46 euros no máximo) seja insuficiente para garantir a qualidade, defendendo sempre que o importante neste momento é controlar que as empresas cumpram com o que prometeram.

"Os padrões de qualidade não estão a concurso", sublinhou, acrescentando que agora é preciso "fazer uma fiscalização apertada para garantir que aquilo que elas (empresas) garantiram que faziam, estão a fazer".

Plano de controlo

No plano de controlo das refeições é sublinhado que o caderno de encargos celebrado com as empresas teve a preocupação de definir "exigentes parâmetros nutricionais e de quantidades" assim como associar "um conjunto de penalidades" a cada uma das obrigações.

"Em cada escola existirá obrigatoriamente um Registo Diário do Funcionamento do Refeitório", no qual o representante da escola registará a apreciação quantitativa e qualitativa da execução do serviço diário.

Prevê ainda que, pelo menos cinco vezes por ano, sejam feitas recolhas de amostras para análise microbiológica. Essa análise deve incidir nas refeições servidas, mas também nos equipamentos e pessoal que trabalha na cozinha. Por exemplo, é analisado o prato que está a ser servido aos alunos, a salada exposta, assim como os pratos, copos e tabuleiros.

Analisar as "mãos de um funcionário a servir os utentes ou a manusear os alimentos já preparados ou confeccionados" também está contemplado no documento.

Sobre a possibilidade de as refeições escolares voltarem a ser confeccionadas pelas escolas, tal como defendido pelo Partido Comunista e pelo Bloco de Esquerda, Alexandra Leitão considera que este é um processo "difícil, uma vez que foram agora celebrados contratos" para os próximos três anos lectivos.

As equipas de fiscalização vão actuar mais nas escolas onde existem contratos com empresas privadas, mas a secretária de Estado garante que os refeitórios de administração directa também serão alvo de controlo.

Comentários
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  • Filipe
    06 dez, 2017 évora 22:28
    Agora depois de terem feito fortuna a darem os restos que nem aos animais selvagens dão ... apresentam-se nas escolas , é mais claro que agora está tudo ok . E , antes andavam onde ? A comer da mesma panela ? Contratem aquele cozinheiro lá de fora da TVI que vai aventar quase tudo para os ratos !
  • Renato Bastos
    06 dez, 2017 Ponta Delgada 16:48
    Oh José Pereira o grande problema do estado é que o ministro da tutela recebeu "luvas" e se rescinde o contrato vai ter que devolver o que recebeu e ele não está para isso. Até o "money" já está num paraíso fiscal e se ocorresse a rescisão o povo ficaria a saber qual o paraíso fiscal mais in na classe politica . Esse é o busilis da questão.
  • Nelson dos Leitões
    06 dez, 2017 Bairrada 15:31
    Diz essa senhora "Os padrões de qualidade não estão a concurso". Desculpe lá minha senhora, eu pensava que estavam. Julguei que fazia parte da análise dos concursos os padrões de qualidade. Mais uma vez fugiu a boca para a verdade, não é senhora Alexandra Leitão! Viva a geringonça!
  • Americo
    06 dez, 2017 Leiria 14:59
    Alexandra Leitão, a tal que defende a dita escola pública, e tem os filhos no privado.Convidada a sra. a ir almoçar às cantinas das escolas. Ah, e já agora leve os filhos.
  • José Pereira
    06 dez, 2017 Costa de Caparica 09:25
    "A tutela celebrou no Verão novos contratos com empresas privadas que, nos próximos três anos lectivos, têm a obrigação de fornecer refeições a milhares de alunos". ESTE É QUE É O GRANDE PROBLEMA Deixem a alimentação a cargo de cantinas escolares e envolvam as associações de pais e encarregados de educação no processo de fiscalização, juntamente com as direcções das escolas.
  • Zé Pagante
    06 dez, 2017 Lisboa 09:21
    Alguém me sabe dizer para que servem as Autarquias Locais? É que a única coisa que fazem é rotundas e colocação de umas estátuas de duvidoso gosto, quando se fala de coisas sérias como é o caso, atiram para o ministério.

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