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Voluntários. Um milhão e meio e não chegam

05 dez, 2017 - 06:59 • Ana Lisboa

O alerta é da Confederação Portuguesa do Voluntariado, na data em que se assinala o Dia Internacional do Voluntariado.

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São muitos aqueles que dedicam parte do seu tempo a ajudar os outros, mas a maioria não se mobiliza de forma regular e continuada, admite Susana Queiroga, da Confederação Portuguesa do Voluntariado.

“Os portugueses mobilizam-se bastante de forma livre por causas momentâneas. E isso é maravilhoso, é uma das características que nós temos que é fantástica, mas agora precisávamos de ir um bocadinho mais além e que estas manifestações espontâneas fossem mais estruturadas e continuadas no tempo. Faz falta que as pessoas se mobilizem de forma sistemática”, afirma à Renascença.

A realidade do voluntariado é difícil de contabilizar, porque ainda não há um sistema de medição estruturada ao nível nacional. Mas fala-se em cerca de um milhão e meio de voluntários em Portugal.

No entanto, na opinião de Susana Queiroga, não são suficientes, “principalmente os regulares”.

Quanto ao perfil do voluntário, “as mulheres levam vantagem”, mas varia de acordo com as áreas em que se move o voluntariado: “se for voluntariado de dirigentes, aí falamos mais no masculino. Se olharmos para um voluntariado mais assistencial, por exemplo, voluntariado hospitalar, esse já é mais no feminino”.

O mesmo acontece com as faixas etárias: “depende do tipo de áreas e do tipo de trabalho que é feito”.

No que se refere às motivações que levam ao voluntariado, são sempre muito variadas. “Tem a ver muito com as necessidades que os outros apresentam”, diz Susana Queiroga.

“Algumas [pessoas] vão pela causa em si. Por exemplo, quem trabalha como voluntário nas áreas de oncologia, poderá eventualmente ter passado pela mesma situação e ficou desperto para essa situação”, refere.

Para outras pessoas, “o voluntariado acaba por ser uma forma de não estarem tão sozinhas, acabam por colocar os seus próprios dons ao serviço dos outros. E depois há o caso dos jovens, em que muitos fazem voluntariado no sentido de obter alguma experiência, algum contacto com áreas profissionais futuras”.

No geral, é uma experiência vista como enriquecimento pessoal, até porque “quem faz voluntariado consegue desenvolver um conjunto de competências, nomeadamente aquelas que chamamos ‘soft skills’ – as questões de liderança, trabalho em equipa, dinâmicas de grupo, todas estas coisas que se aprendem no âmbito do voluntariado e que são também capacitadoras da própria acção da pessoa”, afirma Susana Queiroga.

Como dizem os próprios voluntários, com esta experiência “ganha-se mais do que aquilo que se recebe”.

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