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Biografia

Scorpions

15 nov, 2006 • rita

Momentos de glória

Scorpions
Scorpions

Tudo começou na Alemanha Ocidental, em 1965, com os irmãos Michael e Rudolf Schenker e alguns amigos.
Nessa altura (como tantos outros jovens, do pós-Guerra), foram influenciados pelas modas e sons que chegavam dos Estados Unidos: os jeans, os blusões de cabedal, as pastilhas elásticas, Elvis Presley… E, acima de tudo, o Rock & Roll!

Os primeiros anos em Hannover, tal como os de qualquer banda, foram difíceis. Mas em 1972 os Scorpions já tinham a dupla de músicos que ninguém imaginava que fosse criar tantos êxitos: Rudolf Schenker e Klaus Meine… E esse é precisamente o ano de “Lonesome Crow”, o álbum de estreia. Nessa altura o estilo da banda já era absolutamente original: com os solos exuberantes de bateria e guitarras eléctricas, a combinarem na perfeição com a voz inconfundível de Klaus Meine.
Numa palavra, os Scorpions tornaram-se únicos na cena musical alemã, mas também na mundial. Afinal, não foi por acaso que Meine decidiu escrever todas as letras em inglês!

Em 74 os Scorpions lançaram “Fly to the Rainbow”. Um álbum ainda com mais sucesso do que o primeiro. O terceiro, “In Trance”, veio confirmar o início promissor.
Em 1978 o guitarrista Ulrich Roth deixou o grupo e, depois de fazerem uma audição com mais de 140 guitarristas, os Scorpions escolheram Matthias Jabs. Entretanto Michael Schenker, que tinha deixado a banda logo a seguir ao primeiro álbum, regressou mesmo a tempo do lançamento de "Lovedrive". Um disco que foi aclamado pela crítica como o auge dos Scorpions.
O regresso de Michael Schenker foi fugaz, mas a sua nova saída não comprometeu a escalada de fama mundial dos Scorpions…

No início de 1980 os Scorpions estavam optimistas e prontos para tudo. E tinham razão, a sua década de ouro estava a chegar!
Ao longo de mais de 40 anos de vida dos Scorpions, muitos consideraram Rudolf Schenker como a força motora da banda. E a verdade é que ele adoptou desde cedo o lema de vida do seu Pai: “Nada é impossível desde que acredites”… Além disso, desde o primeiro momento, Rudolf Schenker nunca escondeu a sua ambição: Um dia os Scorpions vão ser a melhor banda de Hard Rock do mundo! O que era uma ambição acabou por tornar-se num compromisso e, em 1980, os Scorpions lançaram “Animal Magnetism”. Nessa altura já tinham uma série de seguidores nos Estados Unidos, que era então o maior mercado de música Heavy e de Hard Rock!

Ainda a viver os ecos do sucesso de “Lovedrive”, os Scorpions (já com o seu núcleo duro, Klaus Meine, Rudolf Schenker e Matthias Jabs), embarcaram na sua maior tournée pela América do Norte e partilharam o palco com outras grandes bandas como os Aerosmith ou os AC/DC.
Graças a essa primeira tournée americana, os Scorpions aprenderam rapidamente as regras do grande negócio do rock e em 1982 saiu “Blackout”, o disco dos Scorpions que mais vendeu até aí.
Mesmo assim, foi preciso chegar a 84 para que os Scorpions ganhassem finalmente o estatuto de grandes estrelas. O álbum “Love at First Sting” tornou-se rapidamente um dos álbuns de rock com maior sucesso de sempre e alcançou a dupla platina poucos meses depois de ter sido lançado. Desse álbum faziam parte clássicos como"Big City Nights". A crítica deu 5 estrelas ao álbum e não pouparam nos adjectivos. A Rolling Stone, por exemplo, chamou-lhes “Heróis do Heavy Metal”!
Os Scorpions tinham sido finalmente admitidos no clube das melhores 30 bandas de rock do mundo!

“Still Loving You” ouvia-se em todas as rádios, em qualquer parte do globo. Só em França, o single vendeu 1 milhão e 700 mil cópias! A onda de histeria entre os fãs franceses foi tal que quase que é preciso recuar ao aparecimento dos Beatles para se encontrar um fenómeno semelhante.
Por tudo isto, “Still Loving You” tornou-se o cartão de visita dos Scorpions!

No final dos anos 80 as várias tournées da banda só fizeram com que aumentasse a sua legião de fãs no mundo inteiro! E os Scorpions, em vez de se deitarem à sombra dos louros, continuaram à procura de novas sonoridades. Em 88 lançavam “Savage Amusement”. Foi nº3 dos tops norte-americanos e n° 1 na Europa. Mas antes de avançarem para a tournée de apresentação do álbum, o hard rock, o heavy metal e em especial os Scorpions, conseguiram uma coisa quase impossível: passar para lá da pesada Cortina de Ferro!

Ainda em tempo de Guerra Fria, fizeram história ao actuar em plena Leninegrado para 350 mil fãs. Os Scorpions tornaram-se a primeira banda de hard rock estrangeira a actuar na antiga União Soviética.
Em Agosto de 89 as autoridades soviéticas, encorajadas pelo sucesso da banda alemã em Leninegrado, deram permissão para que se fizesse o lendário Moscow Music Peace Festival.
Os Scorpions partilharam o palco com outros grandes nomes do hard rock internacional: Bon Jovi, Motley Crüe, Ozzy Osbourne e a banda russa Gorky Park, entre outros, actuaram ao vivo para 260 mil fãs no Lenin Stadium em Moscovo.

Inspirado e impressionado pelos concertos na Rússia, em Setembro de 89 Klaus Meine mostrava ao mundo aquele que viria a ser um dos maiores sucessos dos Scorpions: "Wind of Change". Meses depois, em Novembro, tinha lugar um acontecimento totalmente inesperado: a queda do muro de Berlim!
No ano em que Gorbatchov foi Nobel da Paz, o álbum “Crazy World” foi um enorme sucesso:
O som era mais calmo e “Wind of Change” não deixou ninguém indiferente. Aliás, os Scorpions fizeram uma versão da música em russo e ganharam um fã muito especial: Mikhail Gorbatchov, que um ano depois os convidava a visitar o Kremlin!

Depois do lançamento de “Crazy World”, a banda optou por um som “mais pesado”. Nessa altura entrou também um novo baixista, Ralph Rieckermann, e surgiu o disco “Face The Heat”.
Em 96 a banda lançou “Pure Instinct”, um disco com mais baladas e de onde saiu o êxito “You and I”. Estávamos em 99 quando os Scorpions lançaram “Eye to Eye”, um disco mais pop e até com elementos de techno.
Um ano depois a banda colaborou com a famosa Orquestra Filarmónica de Berlim e lançou um best of de 10 músicas, “Moment of Glory”.
Seguiram-se os discos "Acoustica" (gravado em Portugal) e "Unbreakable".  O décimo sexto álbum de estúdio da banda, intitulado "Humanity: Hour I", foi lançado em 2007.

Finalmente, em Janeiro de 2010, a banda anunciou o fim da carreira.
A última tournée, com o álbum, "Sting in the Tail", ditou a despedida dos palcos e Klaus Meine, avisava que os mais de 40 anos de carreira dos Scorpions seriam encerrados de forma espectacular.
E para grande surpresa de todos, em Novembro de 2011, a banda lançou ainda um último disco "Comeblack" (um trocadilho com a palavra "Comeback", uma espécie de piscar de olho a todos os que perguntavam ao grupo se iam regressar).
Este é um álbum que contém gravações completamente novas de clássicos como "Wind of Change", mas também inclui versões de músicas que a banda sempre admirou como "Across the universe" dos Beatles, ou "Ruby Tuesday", dos Rolling Stones.