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Morais Sarmento: "Mal estará o PSD" se não seguir exemplo do PS

30 set, 2014

No "Falar Claro" da Renascença, o comentador social-democrata defendeu a abertura do partido aos simpatizantes. Já o socialista Vera Jardim admitiu primárias para escolher candidatos a deputados.

Morais Sarmento: "Mal estará o PSD" se não seguir exemplo do PS
O PSD deve começar também a preparar uma nova forma de escolher o candidato a primeiro-ministro, defende o social-democrata Nuno Morais Sarmento no programa “Falar Claro” da Renascença. No rescaldo da vitória de António Costa nas primárias, Vera Jardim considera que o primeiro trabalho é “unir o partido”, escolher a liderança do grupo parlamentar, preparar o congresso, mas não é preciso pacificar o PS, porque “não há nenhuma guerra”.

O PSD deve começar também a preparar uma nova forma de escolher o candidato a primeiro-ministro, defende o social-democrata Nuno Morais Sarmento no programa “Falar Claro” da Renascença.

A solução não tem obrigatoriamente de envolver eleições primárias como fez o PS, diz o antigo ministro, que destaca a importância do partido abrir as portas aos simpatizantes.

“O modelo não tem que ser igual, mas mal estará o PSD se não estiver a pensar, a partir de hoje, em soluções que permitam fazer isto que o PS fez: abrir-se ao país e deixar que, cada vez mais, sejam as pessoas, e não os militantes, as estruturas ou as federações, a decidir dentro dos partidos qual o seu destino”, argumenta.

António Costa venceu António José Seguro nas eleições  primárias de domingo e será o candidato socialista a primeiro-ministro.

Na leitura do social-democrata Nuno Morais Sarmento, António Costa tem “a força” de conferir “segurança e estabilidade” e a “fraqueza” de ser “conservador na maneira de fazer política”, “um bocadinho de passado mais do que de futuro”.

O candidato do PS a primeiro-ministro ainda não apresentou um “projecto alternativo”, diz Morais Sarmento, e enquanto não o fizer “vai estar preso” à “herança de Sócrates”.

“Quando olhamos para António Costa não lhe vejo nada, nunca lhe vi. Tenho a certeza que é um bom político, um gestor seguro, mas se me perguntarem qual é a ideia, o sonho dele: António Costa nunca o mostrou e essa será a questão decisiva de que dependerá a escolha dos portugueses”, argumenta.

“Roteiro de inclusão” socialista
No rescaldo da vitória de António Costa nas primárias, Vera Jardim considera que o primeiro trabalho é “unir o partido”, escolher a liderança do grupo parlamentar, preparar o congresso, mas não é preciso pacificar o PS, porque “não há nenhuma guerra”.

Para o antigo ministro, não há grandes condições para haver “tendências minoritárias” no PS, numa referência aos apoiantes do ex-líder António José Seguro.

O histórico socialista acredita que António Costa tem condições para fazer um “roteiro de inclusão” no PS, que não passa por acordos, mas por chamar e incluir “pessoas válidas”.

Depois das primárias para candidato do PS a primeiro-ministro, “não haverá nenhuma dificuldade em falar em eleições deste tipo para a designação de titulares de cargos políticos, em geral”, admite Vera Jardim, quando questionado sobre a formação das listas de deputados.