Tempo
|

Morais Sarmento compreenderia um pedido de demissão da ministra da Justiça

23 set, 2014

Antigo ministro do PSD admite que podem ainda vir a ser apuradas responsabilidades pela paralisação do Citius. No programa “Falar Claro” da Renascença, Vera Jardim, antigo titular da pasta num Governo PS, diz que não se admiraria se Paula Teixeira da Cruz o tivesse já feito.

Morais Sarmento compreenderia um pedido de demissão da ministra da Justiça
O antigo ministro do PSD admite que podem ainda vir a ser apuradas responsabilidades pela paralisação do sistema informático da justiça. No programa “Falar Claro” da Renascença, Vera Jardim, antigo titular da Pasta num governo PS, não se admiraria se Paula Teixeira da Cruz não o tivesse já feito.
O social-democrata Nuno Morais Sarmento compreenderia se a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, se demitisse ou ponderasse essa possibilidade na sequência dos problemas no sistema informático da justiça, Citius.
 
“É uma decisão subjectiva, mas acho este é um dos casos em que compreenderia essa decisão pessoal por parte do responsável político”, diz o antigo ministro no programa “Falar Claro”, da Renascença.
 
Nuno Morais Sarmento considera que “no final deste processo, que não está terminado, há responsabilidades, até políticas, que podem ser retiradas”. A ministra Paula Teixeira da Cruz terá tido momentos de “quase teimosia para conseguir levar a reforma [da justiça] até ao fim” e o que se está a passar com Citius poderá ser uma consequência dessa vontade, sublinha Morais Sarmento.
 
“Não podemos ter numa reforma desta amplitude uma plataforma informática que só depois de concretizada a reforma é que vai ser testada numa série de funções básicas. É evidente que a migração só pode acontecer na sequência da reforma, mas o testar da aplicação parece longe de ter sido feito”, refere Nuno Morais Sarmento.

Nesta edição do programa “Falar Claro”, o socialista Vera Jardim critica o “excesso de voluntarismo” em pôr agora a reforma da justiça em marcha e fala num cenário de “caos nos tribunais”. 
 
O antigo ministro da Justiça não se admiraria se Paula Teixeira da Cruz já tivesse apresentado a demissão, mas diz que não é daqueles “que se põe a gritar demissão, demissão, demissão”.

Desculpas a pensar em eleições
Vera Jardim não acredita que “tenha sido pura coincidência” o que apelida de “raro” pedido de desculpas por parte dos ministros da Justiça e da Educação e associa essa tomada de posição à aproximação de eleições.

“Há uma perspectiva minha de que há instruções do Governo, não para os ministros virem pedir perdão todos os dias, mas para os ministros terem um relacionamento novo com os cidadãos”, argumenta o antigo deputado.
 
A perspectiva de uma descida de impostos foi outro dos assuntos em debate no “Falar Claro” desta semana.
 
Nuno Morais Sarmento considera que o Governo “não pode fazê-lo à moda socialista, deve fazê-lo dentro da responsabilidade da folga orçamental”. É preciso explicar ao país o que é a fiscalidade verde e o que sobe e desce nos impostos, sublinha.
 
Sobre a chamada fiscalidade verde, Vera Jardim diz que é um trabalho importante para o ambiente e para criar condições sustentáveis ao desenvolvimento, mas avisa que não vem aí uma enorme diminuição da carga fiscal.