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Portugal viável? Só com "compromisso muito grande" em Educação e Europa

22 abr, 2014

Desafio é lançado pelo vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, no “Falar Claro” da Renascença. Num programa especial dedicado aos 40 anos do 25 de Abril, a ministra Assunção Cristas defende também um compromisso em matéria de demografia e o histórico socialista Vera Jardim critica os políticos sem horizontes.

Portugal viável? Só com "compromisso muito grande" em Educação e Europa
Desafio é lançado pelo vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, no “Falar Claro” da Renascença. Num programa especial dedicado aos 40 anos do 25 de Abril, a ministra Assunção Cristas defende também um compromisso em matéria de demografia e o histórico socialista Vera Jardim critica os políticos sem horizontes.

Portugal só pode ser um país viável se alcançar um “compromisso interno muito grande” em matéria de Educação e Europa, defende Fernando Medina no programa “Falar Claro” da Renascença desta segunda-feira, dedicado aos 40 anos do 25 de Abril e que contou também com a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e do antigo ministro da Justiça Vera Jardim.

“Eu não tenho a menor dúvida de que Portugal só tem qualquer viabilidade no quadro em que está colocado quando conseguirmos atingir, previamente, um nível de compromisso interno muito grande sobre duas matérias de fundo”, afirma o vice-presidente da Câmara de Lisboa.

Fernando Medina considera que é preciso, desde logo, “identificar o que é o nosso interesse nacional no quadro de uma Europa que está em profunda crise, mudança e profunda diferença face à Europa que nós conhecemos”.

Portugal, sublinha o antigo deputado do PS, fez “inúmeros progressos nestes 40 anos”, mas é preciso mais em matéria de educação.

“Poucas sociedades se podem orgulhar de tanto termos avançado, tão rapidamente, em 40 anos. Isto é um feito que as gerações anteriores à minha deixam ao país, isto é absolutamente inquestionável. Há uma área que eu sinto uma profunda insatisfação e creio que nós, não só podíamos ter feito mais, como temos de fazer muito mais e muito mais depressa. A questão é que nós temos cerca de dois terços da população activa portuguesa não completou o 9º ano de escolaridade”, sublinha.

E a demografia...
A ministra da Agricultura e do Mar também defende um compromisso sobre educação, que passe por uma aposta na qualidade, e acrescenta a necessidade de outro em matéria de demografia.

“Estou a falar não apenas da escassez de natalidade, mas também de como nós vamos trabalhar enquanto sociedade, como nos vamos organizar e apoiar os idosos, porque temos uma sociedade muito envelhecida e com vagas de emigração que temos (…) Há menos crianças a nascer, temos uma população mais envelhecida e isto é uma questão de décadas”, afirma Assunção Cristas.

"Política hoje é de curto prazo"
Para o antigo ministro da Justiça Vera Jardim, falta um horizonte à política actual, que é feita, sobretudo, a pensar nas eleições.

“Os cidadãos, muitas vezes com razão, vêem os políticos trabalhar no curto prazo com promessas que depois não se realizam. Assistimos a isso todos os dias e em todos os países. É preciso cortar com isso. A política hoje é do curto prazo. Quer queiramos quer não, quer haja uns que dizem que não querem saber das eleições, etc… não é verdade, hoje a política é feita a pensar nas próximas eleições e não há horizonte. No 25 de Abril havia horizonte: vamos construir um país novo, com liberdades, com justiça social”, afirma Vera Jardim.