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"Elites defendem pouco o interesse nacional"

22 abr, 2014

Ideia é defendida na Renascença por Vera Jardim, num “Falar Claro” especial em que a ministra Assunção Cristas pergunta o que podem os partidos fazer de diferente e o socialista Fernando Medina admite que os partidos não estão a responder às aspirações das pessoas.

"Elites defendem pouco o interesse nacional"
Ideia é defendida na Renascença por Vera Jardim, num “Falar Claro” especial em que a ministra Assunção Cristas pergunta o que podem os partidos fazer de diferente e o socialista Fernando Medina admite que os partidos não estão a responder às aspirações das pessoas.

As “elites portuguesas” e “todos os partidos” defendem mais interesses corporativos e próprios do que o interesse nacional, acusa Vera Jardim no programa “Falar Claro” da Renascença desta segunda-feira, dedicado aos 40 anos do 25 de Abril, que contou com a participação especial da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e do vice-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.

Vera Jardim, a antigo ministro da Justiça, assume que as elites politicas nem sempre estiveram bem nestas quatro décadas de democracia.

“As elites é que são responsáveis e as elites portuguesas, no sentido de pessoas que tiveram ou têm algum poder nos partidos, na vida pública, nas empresas - e nelas me incluo -, pecam, na maior parte dos casos, por defender mais interesses corporativos e próprios do que ter uma visão verdadeira do interesse nacional”, afirma Vera Jardim.

"Não encontro nos partidos gente melhor nem pior"
A ministra da Agricultura e Mar foi outro intervenientes neste “Falar Claro” especial. Assunção Cristas pergunta aos portugueses o que é preciso fazer para haver mais participação da população na vida política e democrática.

Militante do CDS, Assunção Cristas afirma que “os partidos foram ganhando má fama”, mas não são melhores nem piores do que a restante sociedade.

“Os partidos foram ganhando má fama, eu posso dizer que tendo entrado para o CDS em 2007, na altura já era doutorada, professora da faculdade, já tinha três filhos, não estava à procura de nenhum partido, aconteceu, foi uma casualidade e eu entrei um bocadinho à experiência para ver se gostava ou não e o que eu posso dizer é que não encontro nos partidos gente melhor nem pior do que a que encontro nos outros espaços todos da minha vida. Portanto, também é preciso desmistificar um bocadinho o que são os partidos. Venham ver”, desafia a ministra da Agricultura e do Mar.

Assunção Cristas defende ainda que “não se pode esperar que os partidos e o Estado respondam a tudo o que são as preocupações das pessoas”.

"Partidos não respondem às aspirações"
Para Fernando Medina, vice-presidente da Câmara de Lisboa, “uma grande parte do desconforto em relação ao sistema de partidos, neste momento, prende-se com o facto de as pessoas sentirem que os partidos não respondem às aspirações”.

“Se um sistema de partidos, por exemplo, não consegue responder a uma taxa de desemprego de 15%, 16% ou 17%, as pessoas, legitimamente, questionam-se sobre para quê estes partidos ou o que fazer com este sistema e há uma deslegitimação do sistema partidário”, argumenta o antigo deputado do PS.

Fernando Medina reforça: “quando o sistema político não responde a estas questões favoravelmente, então fica sob grande questionamento e sob grande pressão. Eu acho que é exactamente este o ponto em que nós estamos”.