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Sarmento afirma que Governo "pode estar em causa"

19 mar, 2013 • José Pedro Frazão

Se as três principais dúvidas tiverem resposta positiva do Tribunal Constitucional, o Governo pode ficar sem margem de manobra, adverte social-democrata no programa "Falar Claro" da Renascença.

O social-democrata Nuno Morais Sarmento admite que o Governo pode estar em causa se o Tribunal Constitucional chumbar as três questões que levantam mais dúvidas sobre o Orçamento do Estado deste ano.

O antigo ministro, em declarações ao programa “Falar Claro” da Renascença, começa por defender que o Executivo “não está em causa” por causa da 7ª avaliação da “troika” e do agravamento do cenário económico e do desemprego.

No entanto, já não diz “a mesma coisa daquilo que venha a acontecer de resposta do Tribunal Constitucional. Isto já não está apertado, isto está tão estreito que nem ar passa”.

“Se tivermos as três dúvidas constitucionais levantadas a terem uma resposta positiva do Tribunal Constitucional, aí eu acho que o Governo está em causa”, argumenta Nuno Morais Sarmento.

"Moção de censura? Não vale a pena perder tempo"
Já o antigo deputado socialista Vera Jardim não vê interesse numa eventual apresentação de uma moção de censura pelo PS, condenada ao fracasso e que não vai acrescentar nada ao “quadro geral”.

“A moção de censura está apresentada todos os dias pelas intervenções do secretário-geral do PS. Fazer o número parlamentar de uma moção de censura, qual é o interesse de uma moção de censura neste momento? A gente já sabe o fim, então não vale a pena estarmos a perder tempo”, defende Vera Jardim.

Apesar de não defender uma moção de censura, o antigo ministro socialista considera que depois da conferência de imprensa da 7ª avaliação da “troika”, onde o ministro das Finanças Vítor Gaspar agravou as previsões económicas, já não “luz ao fundo do túnel”, apenas “o buraco negro em que todos caímos”.

Nuno Morais Sarmento afirma que a intervenção de Vítor Gaspar “não correu bem” e foi uma “charada”, que acabou como devia ter começado.

Sobre o resgate de Chipre e a taxa aplicada aos depósitos bancários, o socialista Vera Jardim alerta que “a Europa está a brincar com o fogo” e defende uma mudança de receita, caso contrário, a democracia pode ficar em perigo.

O social-democrata Nuno Morais Sarmento fala numa reacção “insensata e autista” da Europa, no caso do Chipre. “Ou eles invertem isto radicalmente ou estamos a caminhar para um sarilho  sério na Europa de confronto entre instituições e pessoas”, adverte.

A eleição do novo Papa Francisco foi outro tema do programa “Falar Claro” desta segunda-feira. Para Vera Jardim, o Papa é “a boa notícia das últimas semanas”, que traz esperança e sinais de mudança na Igreja.

Para Nuno Morais Sarmento, a eleição do Papa Francisco é um sinal de esperança para o Mundo, mais do que para a Igreja. Uma “boa noticia” que contrasta com o distanciamento profundo entre as pessoas e as instituições europeias, sublinha.