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Partidos deviam admitir "erros" e chegar a acordo, diz politólogo

20 abr, 2011

"Grande parte do programa de Governo está a ser escrito nas nossas costas”, afirma Adelino Maltez.

É inútil o ambiente de crispação partidária que se instalou na sequência da intervenção externa em Portugal, na análise de José Adelino Maltez.

Em declarações à Renascença, o politólogo diz que o que falta aos partidos é falar verdade aos portugueses.

“Era muito mais simples que, pelos menos, os três principais partidos fizessem uma conferência de imprensa conjunta e dizerem: nós cometemos erros, estamos arrependidos, temos aqui agora uma proposta de pontos de acordo e a partir daqui é desacordo”, diz José Adelino Maltez.

“Uma folha A4 resolvia isto para não nos mentirem, porque eles sabem perfeitamente que grande parte do programa de Governo está a ser escrito nas nossas costas, pelos nossos próprios erros”, sublinha.

José Adelino Maltez diz que não restam grandes alternativas: PS, PSD e CDS estão “condenados” a entenderem-se no quadro do Governo que sair das eleições de cinco de Julho.

Nestas declarações à Renascença, José Adelino Maltez considera, por outro lado, que, neste momento, o Presidente da República tem uma margem de intervenção reduzida, uma vez que todas as conversações com a “troika” que negoceia o resgate financeiro a Portugal são absolutamente sigilosas.