05 abr, 2011
O conselheiro António Capucho diz que Bagão Félix está a “falar verdade”, na polémica sobre se o Conselho de Estado discutiu ou não um pedido imediato de ajuda externa intercalar.
O primeiro-ministro disse, em entrevista à RTP, que o assunto não foi discutido no Conselho de Estado, uma indicação desmentida por Bagão Félix que acusou José Sócrates de faltar à verdade.
Em declarações à Renascença, António Capucho confirmou a versão do antigo ministro das Finanças: "Eu já disse publicamente e repito que cubro a parada do Dr. Bagão Félix. Acho que ele está a falar verdade".
Os socialistas Almeida Santos e Carlos César respondem que o primeiro-ministro tem razão. Pelo meio, o ex-presidente Mário Soares lembra que o silêncio é regra do Conselho de Estado.
António Capucho diz que toda esta "lamentável" situação foi criada pelo primeiro-ministro e acusa José Sócrates e o PS de estarem "de cabeça perdida" e de assumirem "atitudes que não são próprias de homens de Estado".
Na opinião do politólogo José Adelino Maltez, esta polémica está a colocar em risco o normal funcionamento das instituições e sugere que se siga o exemplo dos ex-presidentes da República, que têm tido “uma voz superior a estes partidarismos e a este facciosismo”.
“Estamos a pisar as raias do funcionamento regular das instituições e estamos a pisá-las, sobretudo, num órgão que devia dar o exemplo”, lamenta José Adelino Maltez.
Citando o socialista Almeida Santos, o politólogo diz que “isto não pode ser um manicómio em auto-gestão”.
Hoje, comentando a entrevista do primeiro-ministro na segunda-feira à RTP, Bagão Félix acusou José Sócrates de mentir quando negou que o assunto da ajuda externa a Portugal tenha sido abordado no Conselho de Estado de quinta-feira passada.
As declarações de Bagão Félix já motivaram críticas dos conselheiros socialistas Almeida Santos e Carlos César.
Tanto o presidente do PS, Almeida Santos, como o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, contrapuseram que Sócrates falou a verdade quando afirmou que o recurso de Portugal a um empréstimo intercalar não foi discutido no Conselho de Estado.
(notícia actualizada às 22h46)