O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, disse hoje à rádio alemã “Deutschlandfunk” achar que Portugal não irá apresentar um pedido de ajuda financeira.
"Penso que Portugal não vai apresentar um pedido de assistência financeira", afirmou Juncker, considerando, no entanto, que a situação no país "é muito complicada".
Na quarta-feira, o primeiro-ministro português, José Sócrates apresentou a demissão depois de a oposição ter reprovado no Parlamento as novas medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC 4).
Para Juncker, o futuro Governo português não terá escolha: "Pouco importa quem esteja no poder em Lisboa, ele deverá saber que os objectivos orçamentais terão de ser rigorosamente respeitados".
O referido plano de austeridade visa garantir uma redução do défice público português para 4,6% do PIB em 2011, depois para 3% em 2012 e 2% em 2013.
A crise portuguesa lançou alguma preocupação na cimeira europeia que hoje termina em Bruxelas. Ontem, ao final do dia, o presidente do Eurogrupo deixou claro que os “esforços de consolidação orçamental” não dependem “de partidos, nem da composição do Governo – é um acordo entre a Zona Euro e Portugal”.
Também na quinta-feira, vários dirigentes europeus declaram-se prontos a ajudar Portugal se for necessário, recorrendo ao Fundo Monetário Internacional (FMI), como fizeram com a Irlanda, no final de 2010. Um empréstimo de 75 mil milhões de euros será "apropriado", considerou Jean-Claude Juncker, que hoje lembrou que compete ao Governo português, e só a ele, decidir se deve ou não pedir ajuda financeira.