Emissão Renascença | Ouvir Online

Presidente da Cáritas

"Se acabarmos com o Estado Social, passamos para 43% de pobres"

04 dez, 2012 • Raquel Abecasis

Eugénio da Fonseca diz que "o problema não é de riqueza, mas de distribuição de riqueza" e pergunta "porque é que se acumulam reformas".

"Se acabarmos com o Estado Social, passamos para 43% de pobres"
O presidente da Cáritas teme os efeitos dos cortes no estado social já anunciados pelo governo, afirmando que “se cortarmos no estado social vamos ter níveis de pobreza incomportáveis”. Em entrevista ao programa Terça à Noite, da Renascença, o presidente da Cáritas defendeu que, à semelhança do que acontece com o rendimento mínimo garantido, também “devia ser definido um rendimento máximo”.

O presidente da Cáritas teme os efeitos dos cortes no Estado social já anunciados pelo Governo. “Se cortarmos no Estado Social vamos ter níveis de pobreza incomportáveis” e “passaremos rapidamente para uma taxa de 43% de pobres”.

Neste cenário, Eugénio da Fonseca pergunta: ”Qual é o país que consegue vingar com 43% de taxa de pobreza?”

Em entrevista ao programa “Terça à Noite, da Renascença, o presidente da Cáritas defende que, à semelhança do que acontece com o rendimento mínimo garantido, também “devia ser definido um rendimento máximo” e questionou “porque é que a mulher de um administrador de uma empresa deve receber subsídio de desemprego?” ou “porque é que se acumulam reformas?”. Eugénio da Fonseca alertou para o facto de que “o problema não é de riqueza mas de distribuição de riqueza”.

Nesta entrevista, Eugénio da Fonseca descreveu como muito grave a situação que a Cáritas enfrenta por todo o país dizendo que hoje em dia “há um novo tipo de pobreza envergonhada de gente que tem uma outra cultura” e que “o novo desafio é ajudar as pessoas a criar o posto de trabalho”, mostrando-lhes que há uma saída.

O presidente da Cáritas alertou ainda para o aumento dos níveis de violência que se vivem no dia a dia e que são preocupantes.