“Não se pode decapitar o Estado”

O professor Adriano Moreira alerta para o cuidado a ter com as medidas que o Governo se prepara para tomar, afirmando que “ninguém pode exigir que se vá além das capacidades, mas não pode é decapitar-se o Estado”.

Em declarações ao programa “Terça à Noite”, da Renascença, Adriano Moreira considera claro que quem colocou na Constituição os princípios de que a saúde e a educação devem ser tendencialmente gratuitos foram pessoas que “tinham sentido de equilíbrio”: “não escrevem gratuito, escrevem tendencialmente gratuito”, acrescenta. Adriano Moreira que considera que “acabar com o estado social é deitar a esperança pela janela”, numa altura de crise como a que vivemos em que é preciso a mobilização de todos.

Comentando a visita de Angela Merkel a Lisboa, o professor considerou que esta visita foi acompanhada quase como “uma visita do Papa” porque o ocidente ainda não se convenceu que não são alguns países que estão em decadência, “é o ocidente que está em decadência”. “O poder da voz contra a voz do poder deve fazer o ocidente compreender isto”, afirmou.

Quanto à Alemanha, Adriano Moreira lembrou que durante 50 anos o país beneficiou do apoio dos países da NATO que mantiveram o “muro” e permitiram à Alemanha crescer sem despesas militares, por isso é bom que a Alemanha “não se esqueça que tem um compromisso com o projecto europeu”.