23 mar, 2011
O tempo para Cavaco Silva agir passou “quando o Presidente não chamou Sócrates a Belém logo após a apresentação do PEC 4”, diz Rui Machete, fundador do PSD, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.
Neste momento, Rui Machete julga que já não há margem para evitar eleições e que essas eleições são benéficas para o país, embora “provavelmente esta crise política venha tornar mais evidente que vamos precisar de um apoio externo.”
Quanto à acção do Presidente da República nos próximos dias, o histórico social-democrata considera que Cavaco Silva deve tentar um compromisso entre os partidos do arco governativo para que “se comprometam com as metas de Bruxelas e não façam disso arma eleitoral”.
Machete acha, contudo, que não se deve “diabolizar o FMI”. O ex-ministro do governo do Bloco Central diz que nas experiências passadas o Fundo Monetário Internacional ajudou Portugal a sair da crise.
Quanto à alegada inexperiência de Passos Coelho para vir a liderar um futuro governo, Rui Machete considera que “os políticos são como os melões, só se conhecem depois de entrar em funções”.
Machete confia numa vitória social-democrata nas próximas eleições, mas considera que em qualquer cenário o PSD deve coligar-se com o PS e com o CDS-PP, “porque a tarefa que espera o próximo Governo exige uma base alargada de apoio”.
Raquel Abecasis
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