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Terça à Noite

Ferro Rodrigues considera que crise política é inevitável

19 set, 2012

O deputado socialista teme mais austeridade que leve a “mais recessão, mais desemprego e mais défice”. Acrescenta que as diferenças entre PS e PSD nunca foram tão grandes.

Ferro Rodrigues considera que crise política é inevitável
O deputado socialista diz que a crise politica é inevitável - agora ou daqui a um ano - se o Governo mantiver as linhas gerais do Orçamento de Estado apresentadas por Passos Coelho e Vítor Gaspar. "Se não houver agora uma crise política com incidência governamental é muito provável que haja daqui a um ano”, prevê Ferro Rodrigues.

O deputado socialista Ferro Rodrigues diz que a crise politica é inevitável - agora ou daqui a um ano. “Se as linhas gerais do Orçamento do Estado forem aquelas que foram previstas e anunciadas pelo ministro Vítor Gaspar e pelo primeiro-ministro Passos Coelho nós daqui a um ano vamos estar numa situação ainda pior. Se não houver agora uma crise política com incidência governamental é muito provável que haja daqui a um ano”.

O vice-presidente da Assembleia da República foi o convidado do programa “Terça à Noite”, da Renascença, onde disse que o Governo prepara-se para uma operação de cosmética e não acredita que o Executivo se afaste de mais austeridade nos retoques que prepara às mudanças na Taxa Social Única (TSU).

“Aquilo que vejo é que o Governo se prepara para uma operação de cosmética, fazer uns pequenos remendos na Taxa Social Única mas avançar na mesma lógica, que é uma lógica de grande austeridade, muito maior do que a que estava prevista no programa do Governo, e os resultados vão ser outra vez mais recessão, mais desemprego e mais défice”, refere Ferro.

O antigo líder do PS não é favorável a que os socialistas voltem ao Executivo para um Governo de unidade nacional e lembra até que “a distância estratégica e política entre PS e PSD nunca foi tão grande como agora. As divergências políticas hoje são muito maiores porque têm que ver com o tipo de programa”.

Ferro Rodrigues considera, nesta entrevista à Renascença, que a “troika” “deu mais um ano” a si própria no programa de assistência a Portugal.

O economista acrescenta que Portugal não deve tomar a iniciativa de sair do Euro. No entanto, “se o caminho do Euro for um caminho de progressiva incapacidade de crescimento económico ou desenvolvimento social e de empobrecimento geral na Europa”, Ferro Rodrigues considera que deve haver um “desmantelamento organizado do Euro, mas por todos”.