19 jun, 2012 • Ana Rodrigues
O antigo chefe de estado-maior general das forças armadas, general Valença Pinto, diz, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, que as forças armadas não estão a ser bem tratadas pelo poder político.
O general Valença Pinto lamenta que “por ignorância, por distracção, incompetência ou perversidade, as forças armadas não estão a ser tratadas como o Estado precisa de as tratar”.
O antigo chefe de estado-maior general das forças armadas vai mais longe e deixa um aviso ao Governo: “se fosse responsável político teria o maior cuidado em garantir que, à crise económica que o país atravessa, não se juntasse uma crise de segurança”.
Outro erro político que está a ser feito, segundo o general Valença Pinto, tem a ver com o congelamento das promoções dos militares. Uma decisão que, na sua opinião, está a “impedir o funcionamento hierárquico da instituição militar e a uma progressiva decapitação das forças armadas”.
Já em resposta ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que nos últimos meses tem justificado o congelamento com a falta de dinheiro, Valença Pinto reafirma nesta entrevista à Renascença que “tem de haver dinheiro para as coisas essenciais para o país e que os militares sabem respeitar decisões”.
Mas para que tudo funcione é preciso diálogo, garante. Até porque o que faz falta, diz Valença Pinto, é um “trabalho transparente entre responsáveis políticos e chefes militares que não existe”.