Emissão Renascença | Ouvir Online

Vítor Bento sobre o BES. "Fiz o que devia fazer"

16 jun, 2015 • Raquel Abecasis

Em entrevista à Renascença, o economista e conselheiro de Estado alerta para a necessidade de a classe política alterar o paradigma de “prometer a crédito, porque isso acabou”.

Vítor Bento sobre o BES. "Fiz o que devia fazer"
Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, Vítor Bento revela que com a informação que tinha na altura voltaria a aceitar o convite para a presidência do Banco Espírito Santo (BES), cargo que ocupou durante cerca de dois meses.

Vítor Bento revela, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, que com a informação que tinha na altura voltaria a aceitar o convite para a presidência do Banco Espírito Santo (BES), cargo que ocupou durante cerca de dois meses.

“A única pergunta que eu faço a mim muitas vezes é: com a informação que tinha na altura e face às circunstâncias da altura, eu fiz ou não o que devia fazer? E a resposta que encontro continua a ser positiva.”

O economista só lamenta não ter seguido a sua intuição e ter assumido a liderança do banco antes das contas do primeiro semestre do BES estarem aprovadas.

“Quando olho para o passado, em geral, os únicos erros que aponto foi quando não segui a minha intuição, por qualquer razão tive que transigir com a minha intuição e aí, eventualmente, a única coisa foi ter transigido com o princípio que tinha definido à partida de só entrar quando as contas do primeiro semestre estivessem aprovadas.”

Nesta entrevista à Renascença, Vítor Bento diz ainda que não se deve avaliar o mandato do governador do Banco de Portugal apenas “por um item” e que, ao reconduzir Carlos Costa, o Governo terá feito uma avaliação de todo o mandato de cinco anos.

Numa análise às próximas eleições, Vítor Bento alerta para a necessidade de a classe política alterar o paradigma de “prometer a crédito, porque isso acabou”. Nos tempos que correm o economista diz que os políticos têm que se habituar a “fazer escolhas”.

O conselheiro de Estado é muito crítico em relação à proposta socialista de baixar a taxa social única (TSU), “a não ser que seja para baixar as pensões”. E acrescenta: “Se é para dar dinheiro às pessoas, então cortem no IRS”.