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Europeias 2014

CDU diz que "há uma fraude" na campanha para as europeias

14 mai, 2014 • Marina Pimentel

João Ferreira defende, em entrevista à Renascença, uma saída planeada do euro, “associada a uma renegociação da dívida”.

CDU diz que "há uma fraude" na campanha para as europeias

O cabeça-de-lista da CDU às europeias, João Ferreira, considera que “é uma fraude” pretender apresentar estas eleições como uma votação para eleger o presidente da Comissão Europeia.

“Isso nunca existiu, foi uma fraude promovida por quem não tinha muito interesse em centrar a discussão no que os deputados andaram a fazer nos últimos cinco anos”, afirma o eurodeputado comunista em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

A mutualização da dívida proposta pela Comissão Europeia é uma “falsa solução”, adverte, porque “obriga os países com percepção de risco mais alta a indemnizar financeiramente os países com percepção de risco mais baixa”.

João Ferreira diz que isto é baralhar para deixar tudo na mesma e, portanto, não é uma solução para os problemas de países como Portugal.

O candidato comunista acusa mesmo os sucessivos governos portugueses de não terem sabido defender os interesses de Portugal na Europa, nomeadamente com o uso de direito de veto que Portugal tem em muitas decisões.

Nesta entrevista ao programa “Terça à Noite”, no âmbito das eleições europeias de dia 25, João Ferreira mantém a ideia de que o melhor caminho é a saída do euro e explica que essa saída “tem que estar associada a uma renegociação da dívida”. A CDU “não defende uma saída qualquer que ela seja, ela terá que ser preparada”, sublinha.

João Ferreira rejeita as vantagens de uma união à esquerda nestas eleições e acrescenta que o PS não pode ser considerado um partido de esquerda, porque “quando esteve no Governo, para os sucessivos PEC contou foi com o apoio do PSD”.

O candidato da CDU lembra que foi o PS, com o PEC 4, que propôs “os aumentos de impostos, os cortes nas pensões, os cortes na saúde, o encerramento de tribunais” e, remata, “isto pode ser chamado de tudo menos de política de esquerda”.