14 mai, 2014 • Raquel Abecasis
O cabeça-de-lista do PS às eleições europeias, Francisco Assis, defende que “o tratado orçamental é para ser cumprido, mas numa permanente negociação política”.
Confrontado com as metas impostas num compromisso que o Partido Socialista também assinou, e que impõe limites de défice e de dívida, Francisco Assis diz que “não pode perpassar, em nenhum momento, a ideia de que estamos a aprovar um tratado com a perspectiva de não o cumprirmos. Mas queremos cumpri-lo de forma razoável, todos os tratados europeus têm sido, ao longo dos anos, objecto de negociações permanentes e é assim que tem que ser”.
Em entrevista ao “Terça à Noite” da Renascença, no âmbito das eleições europeias, o candidato socialista rejeita a ideia de que o fim do programa de ajustamento seja um trunfo para a coligação Aliança Portugal, dos partidos do Governo.
Francisco Assis diz mesmo que “não há razão para comemorar, porque o país está pior”. “O que era natural era que, no final do programa de ajustamento, houvesse uma alteração estrutural de alguns aspectos em que o país estava pior”, mas “isso não aconteceu”, conclui.
A vitória da abstenção nas próximas eleições pode vir a ser um facto porque, diz o candidato do PS, “as pessoas esperam poucas mudanças da política em geral”.
Assis acrescenta que “há uma perda de confiança muito grande na capacidade dos políticos alterarem o rumo das coisas”. O cabeça de lista do PS acha que, por isso mesmo, os políticos têm agora o “dever” de demonstrar que a política “existe para mudar as coisas”.
Numa entrevista em que explicou que as principais propostas do PS às europeias de 25 de Maio, como a mutualização da dívida ou os eurobonds, “são caminhos que se têm que ir fazendo”, Francisco Assis mostrou-se muito esperançoso no protagonismo que Martin Schultz, o candidato do PSE à presidência da Comissão Europeia, venha a ter no governo da União, acabando por considerar que “Schultz será melhor do que foi Barroso”.