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Terça à Noite

Bispo do Porto vê o país “com a dor do emigrante” que já foi

08 abr, 2014 • Raquel Abecasis

D. António Francisco dos Santos está muito preocupado com o peso da austeridade, que diz “estar no limite”.

Bispo do Porto vê o país “com a dor do emigrante” que já foi
Em entrevista ao programa Terça a Noite da Renascença, D. António Francisco dos Santos recordou o seu passado de emigrante, para lamentar que hoje se estejam a "repetir situações que considerava que nunca mais aconteceriam no nosso país" . O novo bispo do Porto fala “numa crise por demais arrastada” e numa austeridade já no seu limite.

O novo bispo do Porto olha para o país “com a dor do emigrante” que já foi. Em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, D. António Francisco dos Santos lembra o sofrimento de quem se vê obrigado a deixar o país, "não por livre decisão, mas por causa das circunstâncias".

O prelado recorda o seu passado de emigrante, para lamentar que hoje se estejam a "repetir situações que considerava que nunca mais aconteceriam no nosso país".

"Neste momento, já há quem não consiga manter a educação dos filhos, é preciso distinguir o que é caminho justo, o que é austeridade necessária e o que é já a injustiça ou a imposição em excesso pelos grupos ou pelas pessoas que menos têm", declara. 

O bispo do Porto lamenta os muitos casos de "jovens valiosos que estão a abandonar os estudos porque não podem pagar" e acrescenta: "isto foi o que aconteceu na minha aldeia, onde só quem imigrou conseguiu prosseguir os estudos".

"Austeridade no limite"
D. António Francisco dos Santos diz, por isso, que "é necessário ter a coragem de denunciar as situações muito díspares que se verificam em Portugal".

Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, o novo bispo do Porto mostra-se muito preocupado com o peso da austeridade, que diz “estar no limite”, e fala “numa crise por demais arrastada”.

D. António alerta ainda o Governo para pensar na distribuição dos sacrifícios. “Se a austeridade tiver de continuar, que seja repartida por igual e que não pese sobre aqueles que mais precisam", conclui.