26 mar, 2014 • Raquel Abecasis
O eurodeputado Rui Tavares acusa os partidos portugueses, particularmente o Bloco de Esquerda, de falta de democracia interna.
Em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, o fundador do Partido Livre considera que os partidos estão reféns das respectivas direcções.
“Nunca mais aceitarei um convite de uma direcção partidária para ser representante supostamente independente dentro desse partido, porque isso faz do deputado, seja na Assembleia da República, seja no Parlamento Europeu, um representante da direcção partidária e não um representante dos cidadãos”, afirma o historiador.
Para evitar estas situações, o fundador do já legalizado Partido Livre, defende que as escolhas sejam feitas por eleições directas, o que será posto em prática na escolha dos candidatos às eleições europeias do seu partido.
O eurodeputado, que foi eleito em 2009 pelas listas do Bloco de Esquerda, considera que tudo irá mudar na política portuguesa com “a existência de um interlocutor sério à esquerda do PS”.
O Partido Livre, sublinha, “é credível” e “nasce com o tabu do PS resolvido e “diz: sim, é preciso haver uma aliança entre a esquerda e o centro esquerda”.
Rui Tavares acredita que o Livre dará ao PS a possibilidade de pensar num aliado à esquerda e é disso que muitos militantes socialistas e do Bloco de Esquerda estão também à espera.