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Patrão dos patrões diz que Cavaco tem que agir depois das europeias

12 mar, 2014 • Raquel Abecasis

António Saraiva considera que o Presidente da República deve forçar um compromisso entre os partidos e defende mais tempo para Portugal pagar a dívida.

Patrão dos patrões diz que Cavaco tem que agir depois das europeias
O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, considera obrigatório que depois das eleições europeias haja uma acção determinada do Presidente da República, Cavaco Silva. António Saraiva, que é um dos 70 subscritores do manifesto para a renegociação da dívida que divulgado esta terça-feira, afasta a ideia de que esta discussão possa ter consequências negativas nos mercados.

O presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, considera obrigatório que depois das eleições europeias de 25 de Maio haja uma acção determinada do Presidente da República, Cavaco Silva.

“Pela urgência das reformas que são necessárias e dos compromissos que são urgentes, eu admito que o senhor Presidente da República agora, mais do que um apelo, possa tomar uma iniciativa de obrigar os partidos a um compromisso, não sei se através de eleições antecipadas”, afirma o “patrão dos patrões”, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

António Saraiva prevê que “daqui a um ano estaremos a discutir, seguramente, a composição de um novo Governo e o brilhantismo com que Portugal acabou por resolver, em concertação política e social, os seus problemas”.

Pagar a dívida, "mas com condições para o fazer"
O presidente da CIP, que é um dos 70 subscritores do manifesto para a renegociação da dívida divulgado esta terça-feira, afasta a ideia de que esta discussão possa ter consequências negativas nos mercados.

“Mais do que ninguém eles [os mercados] sabem qual é a nossa situação”, diz António Saraiva, que adianta: “nós geramos muito mais confiança a quem nos observa ou a quem nos empresta dinheiro quando mostramos estar conscientes das dificuldades em que nos encontramos”.

António Saraiva advoga, por isso, que “cumpramos os nossos compromissos, mas com condições para o fazer”, ou seja, que o pagamento da dívida seja feito num prazo extensível a 40 anos, como defende o manifesto.

Numa entrevista em que rejeitou a ideia de que em 2015 seja possível baixar impostos, afirmando que “isso tem mais a ver com agendas eleitorais, do que propriamente com realidades concretas”, este parceiro social defendeu também que a medida temporária que prevê a redução no valor pago por horas extraordinárias até Agosto deste ano seja prorrogada por mais dois anos.

Já quanto às alterações feitas à lei de despedimentos, que esta sexta-feira vão a votação no Parlamento, António Saraiva considera que elas são desajustadas da realidade das empresas e que, portanto, não vão resolver nenhum problema.